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Empresário do ES que vive em Portugal relata sufoco com apagão na Europa

Empresário do ES que vive em Portugal relata sufoco com apagão na Europa

Sem TV e internet, população ficou sem saber direito o que estava acontecendo; nas ruas, semáforos ficaram desligados e filas se formaram em posto de combustíveis

Publicado em 28 de abril de 2025 às 16:42

Pessoas esperam do lado de fora de estação de trem fechada durante queda de energia em Barcelona, Espanha
Pessoas esperam do lado de fora de estação de trem fechada durante queda de energia em Barcelona, Espanha Crédito: EMILIO MORENATTI/AP

Um apagão atingiu várias cidades de Portugal e da Espanha nesta segunda-feira (27). O empresário brasileiro Adoniram de Azevedo Cruz Junior, 36 anos, que vive no país português há nove meses, falou que a população ficou sem notícias sobre os motivos que teriam causado interrupção do fornecimento de energia. "Sem TV e internet, ninguém sabia de nada", disse, em entrevista ao g1 ES.

O empresário é do Espírito Santo e vive com a esposa e três filhos na cidade de Santa Maria da Feira. Com o apagão, motoristas foram às ruas, procurando postos de combustíveis para abastecer. Em um posto onde Adoniram estava, uma longa fila se formou rapidamente. "Como o posto é um dos poucos com geradores, ele ainda está funcionando e muita gente foi para abastecer e não ficar sem gasolina, já que não sabemos o que está acontecendo."

Tudo aconteceu por volta das 11h50 daqui, que são umas quatro horas a mais do Brasil. A energia, de repente, parou e fomos olhar no painel de energia. Mas não estava nem ligando. Depois, eu vi outros vizinhos também saindo e procurando informações

Adoniram de Azevedo Cruz Junior

Empresário brasileiro que mora em Portugal

De acordo com ele, as ruas ficaram sem semáforos funcionando e as pessoas foram para os carros para carregar os celulares. O metrô foi fechado em Lisboa e no Porto, e os trens pararam de circular.

Por causa da falta de luz, serviços foram interrompidos. Aeroportos e estações de trem foram afetados. A empresa ferroviária espanhola, Renfe, anunciou a interrupção de seus serviços às 12h30. A operadora de aeroportos do país, a Aena, afirmou que houve alguns atrasos, mas que geradores foram ativados.

Várias companhias aéreas relatam problemas nos aeroportos de Barajas, em Madri, e El Prat, em Barcelona. Controladores de tráfego aéreo também falam em restrições ou reduções de tráfego no aeroporto de Lisboa.

Mais de seis horas depois do início do apagão, o sistema de energia havia retornado em apenas algumas regiões. Na Espanha, partes de Galícia, País Basco e Catalunha tinham recuperado a eletricidade, enquanto municípios na região de Madri começavam a retomar o sinal de internet. Em Portugal, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, pediu paciência e afirmou que a rede será restabelecida "nas próximas horas".

Logo após o apagão, o Incibe (Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha) afirmou que estava verificando se a falta de luz havia sido um ciberataque —possibilidade levantada também pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial português, Manuel Castro Almeida, em entrevista à emissora RTP 3.

A hipótese deu origem até mesmo a uma notícia falsa de que o corte de energia se devia a um ataque russo. Ao longo da tarde, porém, a possibilidade de uma sabotagem perdeu força —o presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, afirmou que, até aquele momento, não havia indícios de que o apagão generalizado fosse resultado de um ciberataque.

A teoria que vem ganhando tração mais a ver com questões climáticas. A REN (Redes Energéticas Nacionais), responsável pela distribuição de energia em Portugal, afirmou que um fenômeno atmosférico raro na Espanha, produzido por variações extremas de temperatura no interior do país, causou o apagão.

Com informações do g1 ES e da Folha de S.Paulo

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