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Em protesto com cruzes, Movimento Negro do ES pede combate à Covid-19 na periferia

Em protesto com cruzes, Movimento Negro do ES pede combate à Covid-19 na periferia

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mais de 70% dos casos confirmados do Estado afetam pretos e pardos, que também representam a maioria da população de baixa renda ou que exerce trabalhos braçais

Publicado em 4 de junho de 2020 às 14:18

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Movimento Negro realizou protesto e reivindicaram lockdown e hospital de campanha na frente do Palácio Anchieta, Sede do Governo do ES
Movimento Negro realizou protesto e reivindicaram lockdown e hospital de campanha na frente do Palácio Anchieta, Sede do Governo do ES. (Fernando Madeira)

Representantes do Movimento Negro do Espírito Santo realizaram um protesto na manhã desta quinta-feira (4) em frente ao Palácio Anchieta, em Vitória, onde está sediado o governo do Estado. A manifestação contou com cruzes pretas e brancas – simbolizando o alto número de mortes de pessoas pretas e pardas pelo novo coronavírus no Estado. Depois, o grupo entregou, no Palácio Fonte Grande, um documento com 105 revindicações, que pedem mais ações para auxiliar as pessoas com vulnerabilidade social. 

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mais de 70% dos casos confirmados do Estado afetam pretos e pardos, que também representam a maioria da população de baixa renda ou que exerce trabalhos braçais. Para tentar conter avanço da doença entre essa população, há cerca de 40 dias mais de 70 movimentos negros uniram-se para discutir medidas necessárias.

"Identificamos que a população negra apresenta um forte crescimento na faixa de mortalidade, que é ainda mais expressiva no grupo das mulheres negras adultas", contou o professor e pesquisador, Gustavo Forde, que é um dos interlocutores da Unidade Negra Capixaba no Combate à Covid-19

Movimento Negro realizou protesto e reivindicaram lockdown e hospital de campanha na frente do Palácio Anchieta, Sede do Governo do ES(Fernando Madeira)

Após o ato simbólico no Palácio Anchieta, o grupo seguiu para o Palácio Fonte Grande, ainda na Capital, onde fez mais protestos. Os manifestantes entregaram o documento com as revindicações para um representante do governo.

"Queremos garantir as condições para que nosso povo fique em isolamento social. É preciso garantir benefícios emergenciais, garantir rendas, para que as pessoas que vivem de uma forma precarizada em relação ao trabalho tenham condições de sobrevivência. Apresentamos as revindicações e esperamos que o Governo acate mais breve possível, sobretudo a necessidade de se pensar nessa flexibilização do isolamento", afirmou  Lula Rocha, coordenador do Círculo Palmarino.

Entre as 105 revindicações estão pedidos como o fechamento comércio para evitar que trabalhadores tenham que enfrentar ônibus cheio para ir trabalhar em lojas, além de ajuda no isolamento de pessoas com coronavírus nas periferias que moram em casas pequenas – às vezes de um único cômodo – com outras pessoas. Ao todo, o Painel Covid-19, da Sesa, mostra que entre os mortos por coronavírus, há 190 brancos, 237 pardos, 52 pretos e outras 152 pessoas possuem informação de raça "ignorada". 

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