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'É como se fosse uma queimada, não volta mais', diz médica sobre pulmão de fumante

"É como se fosse uma queimada, não volta mais", diz médica sobre pulmão de fumante

No próximo dia 29 é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Uma pesquisa da Fiocruz revelou que o consumo de cigarro no Brasil aumentou para 34% dos fumantes durante a pandemia do novo coronavírus

Publicado em 18 de agosto de 2020 às 09:55

Mulher segurando um cigarro
Mulher segurando um cigarro Crédito: shutterstock

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que o consumo de cigarro no Brasil aumentou para 34% dos fumantes durante a pandemia do novo coronavírus. No próximo dia 29 é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, mas abandonar o vício do cigarro não é tarefa simples: exige vontade e, em grande parte dos casos, ajuda profissional.

De acordo com a pneumologista Cileia Martins, para os dependentes o cigarro age como uma droga que ajuda a pessoa a se concentrar nos momentos em que vive. Assim, ele vira uma espécie de "bengala", de amigo, mas vai te cobrar um preço alto por isso no futuro.

"Quando você fuma, para as pessoas dependentes, aquilo ali faz com que você se concentre no momento. Passa a ser uma bengala. Mas uma bengala e uma amizade falsa, porque você vai pagando a pequenas prestações um doença no futuro. Quanto mais você se expõe a fumaça, fora a nossa poluição lá fora, daqui a alguns anos, dependendo da quantidade de cigarros por dia, essas pessoas terão doenças crônicas severas. O enfisema, câncer de bexiga, câncer de pulmão. Favorece as infecções. A possibilidade de sair do Covid é bem menor. O cigarro só traz malefícios", afirma a médica.

Ainda segundo a médica, é preciso enxergar o fumante como um dependente químico. "O estrago que o cigarro faz no pulmão é como se fosse uma queimada, não volta mais. E não é o medicamento que faz você parar de fumar. A pessoa precisa querer parar. É um dependente químico, se não for tratado dessa forma a pessoa vai acabar tendo várias recaídas e as recaídas são piores, fica mais difícil o abandono do vício", explicou a pneumologista, antes de afirmar que o cigarro também traz consequências para o cérebro. 

"O cigarro é uma dependência química, o fumante passa a ser um viciado, mas não percebe. A nicotina, sua impregnação no nosso cérebro é 10 vezes maior do que a maconha e a cocaína, mas as pessoas não percebem porque é uma coisa liberada", disse a médica.

ONDE BUSCAR AJUDA

No Espírito Santo, 65 municípios que estão sendo capacitados para oferecer tratamento para quem quer largar o cigarro. Na Grande Vitória, Vitória, Serra, Vila Velha e Cariacica oferecem o serviço de forma gratuita. Nessas cidades é possível buscar atendimento médico, em grupo ou de forma individual. No entanto, em função da pandemia do novo coronavírus algumas cidades suspenderam temporariamente o serviço ou passaram a oferecer o atendimento na modalidade telepresencial.

Quer largar o cigarro e precisa de ajuda? Ligue para a unidade de saúde mais próxima da sua casa para receber as orientações. Em 2019, em todo o Estado, mais de 2700 pessoas deixaram de fumar por conta desses programas.

Com informações da TV Gazeta

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