Repórter / [email protected]
Publicado em 28 de abril de 2023 às 15:11
Fim do mistério! Após repercussão do caso do paciente "sem nome" internado no Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), em Cariacica, depois de ser atropelado em Vila Velha, a família dele foi localizada, nesta sexta-feira (28). O homem se chama Ivan Pérez e é natural da Argentina. >
O jornalista Filipe Chicarino, da comunicação do Heac, publicou nas redes sociais que a equipe já conseguiu fazer contato com a família e uma das irmãs de Ivan até fez chamada de vídeo para ver o parente. >
"Estamos muito felizes. Agora nosso paciente tem nome, está identificado e respondendo cada vez melhor aos estímulos", disse a psicóloga Mirella Vallandro dos Santos.>
Em conversa com o produtor Pedro Ramos, da TV Gazeta, a irmã de Ivan disse que a família está fazendo todos os trâmites para vir ao Brasil e validar a identidade do irmão. A expectativa é que eles estejam aqui até terça-feira (2). "A reportagem foi ótima já que assim pudemos localizá-lo. Triste por seu estado (de saúde), mas graças a Deus ele está com vida", disse Flavia.>
>
Segundo os familiares, Ivan saiu da Argentina há 4 anos, mas está no Brasil há dois. Eles não sabiam que o artesão estava no Espírito Santo.>
A psicóloga Mirella revelou que uma pessoa de São Paulo ficou sabendo da história, que viralizou nas redes sociais, e entrou em contato com o hospital. "A pessoa deu umas características próximas e a família fez contato conosco. Começamos a fazer umas perguntas e até o momento são identificações bem próximas: a família apresentou fotos das tatuagens dele, fizemos uma chamada de vídeo e a família disse reconhecer", declarou, em entrevista ao repórter Álvaro Guaresqui, da TV Gazeta.>
Durante a chamada de vídeo, a família ficou emocionada. "A família está radiante, emocionada, demonstrou interesse em estar vindo buscar o paciente, já quer saber de alta. Eles estão se integrando dos assuntos. Já o Ivan, devido ao acidente, não conseguimos mensurar a compreensão dele. Mas na hora que fomos até ele para dar as informações, ele abriu os olhos, trouxe uma expressão de agitação. Não podemos falar que é uma melhora dele, mas traz esperança", ponderou a psicóloga.>
Quem também celebrou foi a assistente social Walquillia Pereira Calaça: "É nesse momento que você vê que vale a pena ser assistente social. É muito gratificante a gente saber que nosso trabalho não é em vão. A gente não imaginava que iria viralizar desta forma. A identidade de uma pessoa não tem preço, a gente tem que ter mesmo. Para nós foi muito angustiante ter que chegar e atender um paciente como 'PNI (pessoa não identificada) masculino atropelamento'. O ser humano tem que ter um nome, uma idade, isso é importante para dignidade".>
O paciente "sem nome", que não consegue falar, deu entrada na unidade após ser atropelado em Vila Velha. Os ferimentos foram graves. Sem documentos, os profissionais estavam tentando descobrir quem e de onde era o homem, que aparenta ter entre 30 e 35 anos. A única pista eram tatuagens que ele tem pelo corpo, com tema de ufologia — assuntos relacionados a objetos voadores não-identificados. >
Tudo começou no dia 15 de março deste ano, quando o homem chegou ao Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), em Vitória, levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/ 192). A vítima tinha sido atropelada por volta de 7h30, na Avenida Antônio Gil Veloso, na Praia da Costa, e deu entrada na unidade de saúde com politraumatismo, ou seja, lesões por todo o corpo.>
De acordo com a Polícia Militar, no dia do acidente "o condutor do carro relatou que passava pela via, quando o homem atravessou inesperadamente a sua frente e não tendo tempo hábil para evitar o atropelamento. Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo para o consumo de álcool".>
Como a vítima estava sem nenhum documento, a equipe do HEUE acionou a Polícia Civil e a digital dele foi coletada. Após passar por análise, descobriu-se que não havia registro dele no banco de dados aqui do Espírito Santo, ou seja, tudo indicava que ele não era do Estado. >
No dia 13 de abril, o homem foi transferido para o Heac. "O motivo da internação dele no Heac é a alta complexidade social. O Heue é um hospital de alta complexidade, mas a referência dele é para trauma. Passando o quadro clínico do trauma que eles conseguiam resolver, eles transferem para outros hospitais de referência, que a gente também chama de suporte", explicou Mirella Vallandro dos Santos, psicóloga do Hospital Estadual de Atenção Clínica.>
Na unidade de saúde, ele vem recebendo os cuidados continuados. Ele teve traumatismo craniano, insuficiência respiratória e rebaixamento do nível de consciência. "Atualmente não faz nenhuma comunicação com a equipe (por sequela no traumatismo) e faz uso de sonda para se alimentar", completou a psicóloga. >
Sem documentos e sem conseguir falar, assim que ele chegou ao Heac, a equipe de assistência social da unidade entrou em contato com os profissionais do HEUE, foi aí que descobriram que a digital dele já tinha sido coletada. >
"Fomos até a Polícia Civil e eles nos informaram que, como não há registro dele no Espírito Santo, eles iriam notificar outros Estados, mas esse processo pode demorar", detalhou a assistente social Walquillia Pereira Calaça. >
Pelo corpo, o paciente tem diversas tatuagens com o tema de ufologia. A equipe do hospital contava com essa característica para ajudar na identificação dele. São naves espaciais, ETs, e a inscrição "J.D.S.Tattoos".>
"Nosso ponto de partida, depois da digital dele, são as tatugens, porque são bem específicas. Não são desenhos tão comuns. Já fizemos contato também com o pessoal que faz abordagem às pessoas em situação de rua de Vila Velha e Cariacica, mas ninguém o conhece", disse Mirella.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta