Estagiária / [email protected]
Publicado em 1 de agosto de 2025 às 17:14
Já imaginou ter a experiência de participar de um evento organizado pela universidade mais antiga dos Estados Unidos – e uma das mais famosas do mundo? É exatamente essa vivência que duas estudantes capixabas do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) estão prestes a encarar. Isabelly Bertolano e Pietra Malacarne foram selecionadas para representar o Brasil em simulações da Organização das Nações Unidas (ONU) organizadas pelas universidades de Harvard e Yale. Agora, ambas buscam apoio financeiro para tornar esse sonho possível.>
Com apenas 17 anos, a estudante Isabelly Bertolano, do Ifes de Cariacica, já carrega um currículo de peso. Apaixonada por geopolítica desde cedo, ela foi selecionada para o Harvard National Model United Nations – Latin America, que acontecerá no Panamá. A simulação, organizada pela própria universidade, reúne jovens de toda a América Latina para debater temas globais sob a perspectiva diplomática. >
Mas a conquista vai além da participação internacional. Isabelly criou o projeto Diplomando, uma iniciativa que tem como objetivo democratizar o acesso ao conhecimento em relações internacionais. “Eu sempre quis mudar o meu entorno”, resume a jovem.>
O projeto atende não só alunos do Ifes, mas também estudantes da rede pública estadual. Isabelly atua como mentora, levando conhecimento e metodologia para que outras escolas também possam realizar simulações.>
>
A paixão pela diplomacia surgiu ainda nas aulas de geografia e história, mas ganhou forma dentro do Ifes. “Quando participei da minha primeira simulação, mesmo pequena, foi a realização de um sonho”, conta. >
Desde então, Isabelly não parou mais. Em 2024, foi uma das poucas capixabas a competir na Interbrasil, disputa organizada pela International Negotia.>
A trajetória, no entanto, esbarra nas dificuldades financeiras. Para participar da conferência no Panamá, Isabelly abriu uma vaquinha online – o valor estimado inclui os custos com um acompanhante exigido pela organização. “Tudo é muito caro: passagens, inscrições, hospedagem”, disse. >
A estudante vê nas simulações uma oportunidade de formar novos agentes de transformação. “Nas simulações, a gente estuda profundamente temas como tráfico humano, guerras e meio ambiente. Isso muda a forma como você vê o mundo. Você aprende a ouvir, a negociar, a entender o outro. É uma bagagem humana que nenhuma sala de aula sozinha consegue oferecer.">
Assim como Isabelly, a trajetória de Pietra Malacarne, de 16 anos, também impressiona. A estudante do Ifes de Viana conta ser uma pessoa muito argumentativa e, por conta disso, não demorou a despertar o interesse por debates. Aos 14 anos, participou da sua primeira simulação da ONU, por meio do Sesi Miad. “Foi uma área em que eu me encontrei e me encaixei. Me apaixonei”, declara. >
O resultado não poderia ter sido melhor. Após essa primeira experiência, Pietra foi classificada para a etapa estadual, onde debateu temas como a Guerra da Rússia e Ucrânia. Dali em diante, não parou mais. Com 16 anos, a estudante conquistou vaga em uma das mais prestigiadas simulações de relações internacionais do mundo: as organizadas pelas universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos.>
Inspirada por colegas, Pietra reconhece que a rede de apoio, formada por amigos, professores e familiares, foi essencial para que acreditasse no próprio potencial. “Se essas pessoas não tivessem ficado ao meu redor, me dando esse apoio, eu não teria me inscrito”, afirma.>
Ao todo, ela já participou de mais de 13 simulações da ONU e recebeu diversas menções honrosas. Também atua como presidente do Grêmio Estudantil no Ifes Viana, iniciativa que ajudou a fundar, e busca implementar programas sociais dentro da escola.>
Pietra Malacarne
Estudante do IfesPietra integra um programa social que assegura sua vaga por tempo limitado, até que consiga levantar os recursos necessários para a viagem. Para isso, ela também abriu uma vaquinha online e está à procura de patrocinadores. “É um sonho, mas também é uma oportunidade de poder representar muitos outros jovens como eu. Se eu conseguir, eles também conseguem”, diz.>
Entre os desafios que encontrará nas simulações estão os comitês de crise – sessões inesperadas que testam a capacidade de reação dos delegados a situações internacionais simuladas. Além disso, Pietra tem se dedicado intensamente ao estudo do inglês, participando de aulas, vendo filmes, lendo artigos e montando o próprio dicionário pessoal de vocabulário para estar preparada.>
Com uma visão ampla de mundo, ela não esconde o desejo de seguir uma carreira internacional e até ingressar na política futuramente. “Quero impactar a vida das pessoas, aqui e fora do país. Mostrar que a educação pode ser uma ferramenta de transformação social”, relata.>
Assim como Isabelly, Pietra vê nas simulações mais do que um ambiente acadêmico. Para ela, é uma forma de empoderar jovens, democratizar o acesso a oportunidades e ampliar horizontes. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta