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Publicado em 13 de maio de 2022 às 18:53
- Atualizado há 4 anos
No dicionário, a palavra fome significa “sensação que traduz o desejo, necessidade de comer”. Para André Alves da Silva, de 59 anos, representa uma dor e uma preocupação com o bem-estar dele e de sua família.>
Segurando um cartaz, ele pede ajuda aos motoristas que param no semáforo da Avenida Américo Buaiz, em frente à Praça da Ciência, em Vitória.>
André Alves da Silva
Em trecho do cartazAndré é viúvo, pai de três filhos e está desempregado. Ele mora em uma casa alugada no bairro Areinha, em Viana, com dois filhos e dois netos.>
Há cinco anos, ele trabalhava como ajudante em uma empresa que faz calçamento de ruas, mas ficou desempregado.>
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Há um ano, decidiu vender água mineral no mesmo local onde é encontrado atualmente. Com as vendas baixas, começou a pedir doações. >
Ele conta que a filha dele, uma jovem de 23 anos, passou a cuidar de duas crianças durante a pandemia da Covid-19. Mas ela ficou desempregada durante a pandemia e ainda está em busca de uma oportunidade de trabalho.>
"Ela adotou duas crianças de 5 e 6 anos de idade durante a pandemia porque elas já estavam passando dificuldade. Só que aí ela ficou desempregada e agora está todo mundo lá em casa. Moramos em cinco pessoas", revela.>
Série de reportagens sobre a fome publicadas em A Gazeta mostrou estudos que apontam que a realidade de André Alves é comum para pelo menos 233 mil capixabas que vivem com até R$ 425 mensais, conforme indicadores do Banco Mundial.>
Segundo um estudo conduzido por Daniel Duque, pesquisador da Economia Aplicada do FGV/Ibre, a pobreza vem aumentando no país desde 2015, mas a pandemia da Covid-19 acelerou o processo de empobrecimento da população brasileira.>
Particularmente no Espírito Santo, Daniel Duque viu o nível de pobreza passar de 22,4% para 27,6% da população entre 2019 e 2021. Isso significa dizer que, de 1,1 milhão de pobres no Estado, 233 mil ingressaram nesse estrato social nos últimos dois anos e vivem com até R$ 425 mensais.>
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