Publicado em 29 de março de 2019 às 17:37
Lu Andrade está em uma nova fase da carreira. Tanto pelo fato do Rouge ter chegado ao fim quanto por explorar novos ares da arte: agora, a loira aposta as fichas em um canal no YouTube, que criou há cerca de dois meses e já soma centenas de milhares de visualizações. Lá, os fãs criaram uma atmosfera de energia que faz a cantora até pensar em expandir sua atuação: "Sempre quis ser apresentadora. Quem sabe o que pode acontecer?".>
Mais madura, aos 40 anos, Lu avalia que o segundo fim do grupo "foi prematuro", em suas próprias palavras, mas entende que a maioria decidiu por dar a nova pausa ao fenômeno de "Ragatanga". Em entrevista ao Gazeta Online, a cantora falou da vida pessoal e dos planos para o futuro:>
Como foi migrar do CD, do palco, para a internet?>
Foi natural. Na verdade o Rouge deu um tempo e eu queria continuar cantando. Aí, veio a sugestão de uma pessoa, de um amigo próximo, e eu não estava pensando nisso (montar o canal), mas todo mundo estava. E foi super bom. As pessoas estão elogiando muito. Foi super despretensioso (risos). Quero é ficar na música, mas eu sempre quis ser apresentadora... Vai que o canal cresce e surge alguma coisa. Não sei (risos).>
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E como os fãs se manifestaram?>
Tenho recebido só mensagem boa. As únicas críticas são para eu expandir mesmo, para mostrar bastidores, entrevistar alguém... São mais sugestões, né? Os fãs são muito amorosos.>
O contato do palco e do virtual é muito diferente?>
Sim. O contato com o fã, antes, era só no show. Agora é muito mais direto, todos falam comigo mesmo... E eu vejo de forma muito positiva.>
Falando em público, você sente que os que te acompanham são os mesmos fãs ou são novos admiradores?>
Acho que por ora têm sido os fãs de sempre mesmo... Porque eu não mudei. Eu continuei na música. Acho que os fãs do Rouge que migraram para o meu canal. Mas acho que o público pode aumentar. Apesar de que isso não tira o meu desejo de fazer mais shows e gravar novas músicas. Esse contato, de fato, tem me ajudado muito no que eu vou ser agora, depois do Rouge.>
Seu canal já começa na web com vídeos que têm até mais de 71 mil visualizações. Já esperava por esses números?>
Eu nunca espero por nada (risos). Porque eu acho que expectativa não é legal. Mas é que foi muito espontâneo, foi uma necessidade minha, do meu guitarrista e a gente fez no início muito por hobby. Agora que estamos vendo que realmente pode virar um trabalho e eu estou aprendendo o que é um canal no YouTube, como é trabalho no digital. Estou voltando agora.>
Mas você sempre foi habitué da internet?>
Eu sempre fiquei na música. Agora é que estou vendo o que é um youtuber, por exemplo. E acho fantástico porque eu amo TV e vejo que o YouTube pode ser a TV particular de cada um. Se você tiver ousadia, você pode produzir conteúdo e ter seu próprio programa.>
E qual é a maior diferença que você sente da Lu do Rouge, de 15 anos atrás, para a Lu de hoje, nesse ponto da carreira?>
Quando começamos, há 15 anos, a rádio era muito forte, a TV também e você tinha um caminho, que era lançar um disco e ir na TV mostrar para o mundo. Hoje as mídias estão muito pulverizadas. Existem muitas formas de divulgar o trabalho. E o caminho não é o mesmo. Eu acho, sim, que o disco é fundamental, mas você não tem mais que ir para a televisão. Quando o Rouge surgiu, eu lembro que a internet era discada (risos), então tudo mudou muito.>
Pensa em um dia voltar para algum grupo?>
Um novo grupo não. Eu comecei no Trem de Minas, entrei no Rouge, depois passei por uns grupos de rock... Então nunca fui sozinha. E acho que, agora, esse é o meu momento. Eu trabalhei a vida toda para entender que agora eu estou pronta para ser só a Lu.>
Falando em voltar para grupo, como foi esse fim do Rouge de novo?>
Na verdade, esse fim foi muito mais bem resolvido do que o anterior. Antes, eu não concordava em ser explorada daquele forma que éramos. Acabei saindo, as meninas não quiseram me entender, mas saí. E saí desamparada, despedaçada com o coração partido. Então, lembro que fiquei bem mal. Dessa vez, o Rouge voltou como uma cura de resolver questões pendentes, refazer amizades, de resgate artístico mesmo.>
Não gostaria de ter continuado?>
Eu gostaria de ter continuado, mas a maioria decidiu acabar porque não estávamos com o mesmo objetivo. Como são cinco pessoas trabalhando juntas, as cinco cabeças não estavam alinhadas nesse sentido. Eu teria ficado pelo menos mais um ano, porque eu acho que a gente plantou muito em 2018 e poderia colher isso em 2019. Acho que o término foi prematuro. Mas a gente tem que respeitar. Eu terminei com muita gratidão. Foi um privilégio ter essa segunda chance.>
Sente saudade de alguma coisa?>
Cantar com elas é mágico. Acho que sempre vou sentir falta disso. Das nossas risadas, viagens, shows e encontro com público... Porque o Rouge tem um público gigante. Mas eu não fico mal. Vou guardar tudo no coração.>
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