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Funkeiro Mr. Catra morre aos 49 anos

Funkeiro Mr. Catra morre aos 49 anos

Cantor carioca estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo

Publicado em 9 de setembro de 2018 às 20:49

Mr. Catra falou sobre câncer no 'Super Pop', de Luciana Gimenez Crédito: Divulgação/Rede TV

Morreu neste domingo, aos 49 anos, o cantor e compositor carioca Wagner Domingues Costa, conhecido pelo codinome Mr. Catra. O funkeiro estava internado no Hospital do Coração, em São Paulo. A morte foi confirmada por sua assessoria de imprensa. Ele deixa três mulheres, 32 filhos e quatro netos.

Mr. Catra foi internado em dezembro de 2017 para tratar um câncer. Leia a íntegra da nota do Hospital do Coração:

"É com enorme pesar que comunicamos o falecimento do amigo e cliente, Wagner Domingues Costa o Mr Catra, que nos deixou na tarde deste domingo, 09, em decorrência de um câncer gástrico. O cantor e compositor estava internado no hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e já vinha lutando contra a doença. A informação foi dada a família pelo cirurgião oncológico, Dr. Ricardo Motta, por volta das 15h20 da tarde. Catra deixou três esposas e 32 filhos. Neste momento de sofrimento, agradecemos o carinho, cuidado e compreensão dos amigos da imprensa, e pedimos, gentilmente, para que respeitem o momento de tristeza da família."

Wagner Domingues da Costa, o Mr. Catra, foi muito mais do que o personagem de inúmeras mulheres e dezenas de filhos. Sua trajetória é paralela a um movimento de aceitação do funk para além das barreiras geográficas entre favela e asfalto. Foi ele, por exemplo, o primeiro artista do gênero a se apresentar no Rock in Rio — convidado por Lulu Santos em 2015.

Com sua voz cavernosa e defensor do papel libertário da música, acumulou hits comerciais com letras sacanas, como “Adultério” (versão de “Tédio”, do Biquíni Cavadão), “Vem todo mundo” e “Uh papai chegou”. Através de seu apadrinhamento, ajudou a revelar outros nomes de ponta do gênero, como Tati Quebra-Barraco e Gaiola das Popozudas, grupo de onde saiu Valesca. Foi com ela que Catra gravou outro grande sucesso, o despudorado “Mama”.

— Quem faz careta para o funk hoje é neto de quem discriminou o samba ontem e bisneto de quem condenou a capoeira anteontem — cravou, em entrevista ao “Extra” em 2014.

Sua trajetória foi contada em documentário (“90 dias com Catra”) - veja abaixo-, livro (“"A estética funk carioca: criação e conectividade em Mr. Catra", da antropóloga Mylene Mizrahi) e inúmeros programas de televisão.

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