Publicado em 15 de abril de 2021 às 09:23
- Atualizado há 5 anos
Quando ouviu seu nome alçado ao posto de vencedor da primeira temporada do programa The Voice+ (Globo), dedicado aos talentos com mais de 60 anos, o cantor carioca Zé Alexanddre, 63, afirma que passou um filme por sua cabeça.>
O título do reality musical representa a concretização de um sonho e de uma batalha árdua desde 1978 quando começou a cantar profissionalmente. "Foi uma mistura de adrenalina, apreensão e empenho. Tentei cuidar da mente. Os velhinhos estavam com tudo", diz o cantor, fez sucesso no final da década de 1970 ao gravar a canção "Bandolins" ao lado de Oswaldo Montenegro. >
Naquele momento ele sabia que sua vida iria mudar e a fama, até então nunca conquistada, chegaria de forma muito rápida. E chegou nos dias seguintes. "Outro dia estava na rua e passei por uma obra. Os caras me reconheceram mesmo de máscara. Um deles até ligou para a mulher na hora", diverte-se Zé Alexanddre, que representou o time de Claudia Leitte na competição.>
De fato, Zé Alexanddre teve um bom desempenho no programa musical da Globo. Adepto do jazz, blues e soul, o cantor carioca chegou forte para a decisão. Com vigor no palco, deixou Claudia Leitte boquiaberta em toda apresentação.>
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Ela se referiu a ele como "sobrenatural" após seu show com a música "That's What Friends Are For", sucesso na voz de Rod Stewart, na semifinal. Na final, ele se arriscou ao cantar Queen. Com "Somebody To Love", levou a técnica ao delírio e foi chamado de "fenômeno" por ela.>
Para Zé, sua ousadia o levou ao título. "Fui um grande merecedor, pois eu surpreendi e inovei. Apostei numa modernidade quando cantei James Morrison ['You Give me Something], por exemplo", diz o cantor. Para ele, o fato de ter quebrado tabus e paradigmas favoreceu. "Investi em coisas corajosas, cantei 'Natural Woman' que fala do universo feminino, e homem catando isso é ousado. Estava gabaritado.">
Com um prêmio de R$ 250 mil e contratado pela gravadora Universal, Zé Alexanddre afirma que a ideia agora é não fugir do estilo que o levou ao estrelato no reality. As baladas de soul, jazz e blues farão parte de seus futuros projetos.>
"Vamos gravar ao menos um single em breve. Essa música pode ser uma releitura desses ritmos ou mais autoral. Sou um compositor cheio de canções para mostrar", diz o artista.>
Embora os ritmos apresentados no programa The Voice+ sejam os preferidos, Zé se diz eclético e revela ter alguns sambas guardados para, quem sabe, serem lançados no futuro. Quando fazia uma média de 15 shows por mês, antes da pandemia, ele diz que cantava de reggae a valsa.>
Agora, porém, ele terá de esperar a pandemia passar para colher os frutos. "Sou um cara da estrada, sempre fui. Essa possibilidade de rodar o país é maravilhosa, gosto muito. Num futuro pós-pandemia, quero montar uma banda. Sou um viajante meio cigano", afirma. "O momento agora é de plantio. E não existe melhor plantio do que esse no reality. Estamos com a faca e o queijo na mão.">
Nem mesmo parcerias com outros participantes estão descartadas. Zé conta que quer fazer lives com amigos que fez no reality e que no futuro pensa em gravar com alguns deles. Dudu França e João Carlos Albuquerque estão entre eles.>
Enquanto aguarda por esse momento, Zé Alexanddre vai curtindo o aumento de seguidores em suas redes sociais. Apesar de ser avesso à tecnologia, gosta de saber tudo o que acontece por meio dos filhos que gerenciam as contas. Até proposta para parceria em seguro funerário ele já recebeu.>
"Tem coisas engraçadas, mas eu nem leio", diz, aos risos. "Mais do que o público aumentar, The Voice+ me deu a certeza de que foi feito um trabalho bom. Vejo muita gente dizer que finalmente reconheceram meu talento", conclui.>
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