Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 00:23
Não é à toa que Viva A Vida É Uma Festa se tornou a maior bilheteria na história do México. O filme da Pixar/Disney, que estreou por lá antes do resto do mundo para coincidir com o final de semana de comemoração do Dia dos Mortos e desbancou Os Vingadores (2011) do topo da lista, é uma grande e, claro, oportuna homenagem à cultura mexicana.>
Dirigida pela dupla Lee Unkrich (Toy Story 3, Monstros S/A e Procurando Nemo) e Adrian Molina, a nova aventura da Pixar conta a história de Miguel, um jovem mexicano que vem de uma família em que a música é proibida desde que o tataravô de Miguel abandonou a família para tentar a carreira da músico. O problema é que o jovem é apaixonado por música e sonha em seguir os rumos de Ernesto De La Cruz, o maior músico da história da humanidade pelo menos para Miguel.>
Entre uma peripécia e outra, o protagonista acaba no mundo dos mortos durante as comemorações da data e elabora um plano para poder tocar sua música, conhecer seu ídolo e voltar para casa. As coisas logicamente não saem como ele planeja e se tornam uma grande confusão.>
RITMO>
>
Viva A Vida É Uma Festa é didático à medida que apresenta toda uma cultura ao espectador. Isso, porém, deixa o filme com um pequeno problema de ritmo em seu primeiro ato nada que comprometa, vale ressaltar. Quando o filme engrena, no entanto, o espectador mergulha na jornada de Miguel no colorido mundo dos mortos.>
O filme é um festival de cores e músicas que ajudam a contar a trama e revelam pequenos segredos. O roteiro, inclusive, faz isso muito bem: sem que o público nem perceba, o texto solta dicas do rumo que a aventura vai seguir. A sutileza do roteiro em alguns pontos ajuda o espectador a acompanhar e entender o história organicamente, sem precisar de flashbacks ou explicações de tudo o que foi visto em tela até o clímax.>
Mesmo sem a porrada emocional de outros filmes da Pixar como Up (2009), Toy Story 3 e Divertidamente (2015), Viva emociona e com certeza colocará algumas lágrimas atrás dos óculos 3D no cinema (um 3D bem dispensável).>
Aos poucos, após várias e interessantes reviravoltas, a aventura musical dá espaço a um filme sobre a importância da família e até mesmo sobre a importância de se ouvir os dois lados da mesma história.>
Vale ressaltar que o título em português pode passar uma impressão errada sobre o filme. Coco, o título original, faz referência a uma personagem em torno da qual gira a trama. A título de curiosidade, o nome foi trocado no Brasil para evitar que o filme fosse chamado de cocô isso não é uma piada.>
Ao fim, Viva é mais uma ótima história da Pixar, mas também já mostra que o dedo da Disney está bem presente na produção, o que pode incomodar os saudosos dos primeiros filmes da empresa.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta