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Retrospectiva: o que aconteceu na cultura em 2018

Retrospectiva: o que aconteceu na cultura em 2018

O ano foi de discussões políticas e sociais na cultura brasileira, que viu o Museu Nacional queimar, e na mundial, que perdeu grandes nomes

Publicado em 31 de dezembro de 2018 às 16:32

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Stan Lee foi uma das perdas da cultura mundial em 2018. (Twitter/Reprodução)

Depois de termos passado boa parte de 2017 discutindo se a cultura deveria ou não ser censurada, por conta das manifestações raivosas acerca da exposição “Queermuseu”, 2018 aprofundou ainda mais as questões políticas, teve destaques na música pop nacional, no sertanejo e no rap, além do triste debate sobre o sucateamento da cultura – impulsionado pelo trágico incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

Principal nome do pop no país, a cantora Anitta seguiu priorizando o lançamento de singles com material audiovisual, e teve sua primeira indicação ao Grammy Latino. A carioca apostou em parcerias e cantou com o “nosso” Silva.

A música ainda bombou com as vozes das cantoras Iza e Pabllo Vittar, que continuaram levantando bandeiras de empoderamento mesmo após atingir o mainstream.

Com mais um ano próspero, o sertanejo teve como principais expoentes a dupla Zé Neto & Cristiano, além de Naiara Azevedo e da irreverente Marília Mendonça – que chegou a dar uma palinha no disco de Gal Costa, “A Pele do Futuro”. Assim como Gal, Erasmo Carlos, Gilberto Gil e Elza Soares também completaram a lista de veteranos que trouxeram às ruas bons discos em 2018.

Em destaque já há alguns anos, o rap nacional mostrou novamente sua força e ganhou bons discos como o do baiano Baco Exu do Blues, dos mineiros Djonga e FBC, e do pernambucano Diomedes Chinaski, além de outros singles e cyphers de peso – que vêm para provar que a produção do rap no país já expandiu-se para muito além do circuito Rio-São Paulo.

Ainda na música, impulsionado pelo sucesso do filme “Bohemian Rhapsody”, o Queen voltou com tudo às paradas. Quem também fez barulho por aqui foi o ex-Pink Floyd Roger Waters, que foi acusado até de fazer campanha política ao se posicionar contra o então candidato à presidência Jair Bolsonaro.

AUDIOVISUAL

O discurso político pediu passagem também no cinema, onde mulheres seguiram chamando atenção festivais afora com o movimento #MeToo, com denúncias de episódios de assédio praticado por diversos homens do meio.

A representatividade negra entrou em debate com “Pantera Negra”, uma das maiores surpresas da Marvel, dirigido por Ryan Coogler, e que se tornou muito mais que o filme: é um produto de afirmação de identidade.

Filme "Pantera Negra" misturou heróis dos quadrinhos com afirmação identitária. (Divulgação/Disney)

A Netflix firmou-se numa crescente, com destaque para filmes como “Roma”, de Alfonso Cuarón, e “A Balada de Buster Scruggs’, dos irmãos Coen. Chamaram atenção também as produções nacionais da plataforma, como a boa “Samantha” e a polêmica “O Mecanismo, que, à sua maneira, falava sobre a Operação Lava Jato. O serviço também fez bombar por aqui a série espanhola “La Casa de Papel”.

Achou que não ia ter “Choque de Cultura” na retrospectiva? Isso mesmo... achou errado! A trupe da TV Quase, nascida aqui na terrinha, continuou bombando na internet e pegou todo mundo de surpresa ao aparecer na tarde da Globo comentando os filmes da “Temperatura Máxima”.

PERDAS

A cultura também deu adeus a diversos nomes relevantes neste ano. Entre as despedidas mais marcantes está, sem dúvida, a de Stan Lee, o lendário quadrinista criador de boa parte dos heróis da Marvel, falecido aos 95 anos.

Mr. Catra morreu em 2018, aos 49 anos. (Instagram)

Em agosto, o câncer no pâncreas nos tirou Aretha Franklin, popularmente conhecida como “Rainha do soul”. A mesma doença, mas no estômago, também vitimou o funkeiro Mr. Catra, em setembro, aos 49 anos.

Seguindo em terras brasileiras, deixaram saudades as nonagenárias Ivone Lara, diva do samba, e Angela Maria, uma das rainhas do rádio, além da atriz Beatriz Segall, eternamente lembrada como Odete Roitman, da novela “Vale Tudo”.

Vale lembrar ainda a morte de Dolores O’Riordan, que fez sucesso à frente do Cranberries, em 15 de janeiro.

CORTES

Depois de ter cortado quase metade do orçamento destinado ao Ministério da Cultura em 2017, Michel Temer prosseguiu com os cortes em 2018. Em junho, decidiu acabar com a pasta, mas voltou atrás ao nomear Sérgio Sá Leitão para comandar o setor.

O prognóstico não é dos mais positivos, uma vez que o já citado presidente eleito anunciou a extinção do ministério, que será absorvido pela pasta da Cidadania e Ação Social. A julgar pela reação do setor diante das investidas de Michel Temer, é provável que o debate envolvendo artistas e produtores culturais torne-se ainda mais acalorado pelos próximos tempos.

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