> >
Quadrinista capixaba é indicado ao Eisner, o 'Oscar dos quadrinhos'

Quadrinista capixaba é indicado ao Eisner, o "Oscar dos quadrinhos"

Arabson Assis, chargista e quadrinista de A GAZETA, disputa o tradicional Will Eisner Comic Industry Award 2019. A premiação acontece em julho

Publicado em 26 de abril de 2019 às 21:51

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
A Terrível Elizabeth Dumn Contra os Diabos de Terno. (Arabson Assis)

Depois de embarcar no mercado americano, Elizabeth Dumn agora está próxima de alcançar um feito ainda maior. “A Terrível Elizabeth Dumn Contra os Diabos de Terno”, quadrinho do qual a personagem é protagonista, recebeu uma indicação ao tradicional Will Eisner Comic Industry Award 2019, o Oscar das HQs.

O feito, na verdade, pertence ao “pai” da moça, o capixaba Arabson Assis, chargista e quadrinista de A GAZETA. A relação dos indicados foi divulgada no site da Comic-Con Internacional San Diego na tarde desta sexta-feira, dia 26. Arabson concorre na categoria Best Single Issue/One-Shot, voltada para histórias curtas ou de edição única.

A Terrível Elizabeth Dumn Contra os Diabos de Terno, de Arabson Assis. (Arabson Assis)

“Recebi uma ligação na quarta-feira do editor Klebs Junior, do Instituto HQ, de São Paulo, me informando sobre a inscrição no prêmio. Além disso, também me falou sobre a indicação. É uma surpresa muito grande, pois é um projeto antigo, de 2013, e foi o meu único trabalho”, comemora.

Lançada em novembro de 2018 pela Image, uma das editoras mais respeitadas do mundo, “The Terrible Elisabeth Dumn Against the Devils In Suits” (como foi batizada por lá) recebeu elogios de sites especializados em quadrinhos e teve boa aceitação do público, sendo vendida na versão impressa e e-book.

Arabson Assis, quadrinista capixaba indicado ao Eisner. (Rafael Braz)

O Will Eisner Comic Industry Award - que leva esse nome em homenagem a Will Eisner, criador de histórias como “Um Contrato com Deus” e “The Spirit” - acontece no dia 19 de junho, na sede da Comic-Con San Diego. Os vencedores só serão anunciados no dia da premiação e Arabson vai estar presente no evento.

Grande nomes da indústria já foram premiados na mesma categoria que o capixaba está concorrendo, como Mike Mignola, com duas edições de “Hellboy”, em 2011 e 2018, e Ed Brubaker e Gene Colan, com a revista “Captain America 601: Red, White, and Blue-Blood” (2010). O prêmio é entregue desde 1988.

NOVOS RUMOS

Arabson acredita que a indicação pode abrir portas para futuro projetos. “É uma visibilidade muito grande, mas, para mim, é meio assustador. Tenho recebido notícias de várias propostas importantes, mas nada ainda de concreto”, adianta.

De certo mesmo, só que “A Terrível Elizabeth Dumn Contra os Diabos de Terno” vai alçar voos ainda mais altos. “O Instituto HQ já está em negociações com a Panini Comics, da Itália, e uma editora francesa. Além disso, vamos lançar uma versão colorida no Brasil”, comemora, lembrando que, quando foi editada em 2013, a história chegou ao mercado em preto e branco.

A Terrível Elizabeth Dumn Contra os Demônios de Terno. (Arabson Assis)

A briga pelo prêmio na categoria Best Single Issue/One-Shot promete ser dura. Até um “certo” aranha está lutando para tirar a vitória de Arabson.

“Vamos concorrer com a Marvel, em uma edição única de “Peter Parker: The Spectacular Spider-Man”, criada por Chip Zdarsky. Alem disso, gosto muito do trabalho de Jeff Lemire, que disputa por “Black Hammer: Cthu-Louise”. É um autor canadense considerado um dos grandes nomes dos quadrinhos na atualidade”, enumera.

Outro concorrente que chama atenção é “No Better Words”, de Carolyn Nowak, uma espécie de poema erótico feminino em formato de desenhos cartunescos e delicados. “Beneath the Dead Oak Tree”, de Emily Carroll, uma trama de assassinato em uma sociedade aristocrata composta por raposas - que se destaca o traço noir marcado pela sofisticação - também está no páreo.

Este vídeo pode te interessar

Arabson ressalta a importância de ter duas mulheres concorrendo em sua categoria. “Há poucas mulheres no meio. Elas trazem novos tons ao mercado, que é dominado basicamente por homens e, normalmente, fazem histórias voltadas para o público masculino”.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais