Publicado em 18 de julho de 2018 às 23:08
O assunto nunca sai de pauta. Por isso, o espetáculo Os Monólogos da Vagina continua, mesmo depois de 18 anos, lotando os teatros por onde passa. Com texto leve e livre de preconceitos, a peça trata da relação da mulher e sua sexualidade de forma atemporal, e traz uma reflexão sobre um assunto que até hoje inquieta homens e mulheres. Em Vitória, a peça retorna ao Teatro da Ufes para apresentações nos dias 21 e 22 de julho. >
Produzida em mais de 150 países e traduzida para mais de 50 idiomas, a peça estreou por aqui em abril de 2000. Com direção de Miguel Falabella, grandes nomes da nossa dramaturgia já passaram pelo elenco: Zezé Polessa, Cláudia Rodrigues, Cissa Guimarães, Fafy Siqueira e Totia Meirelles, Bia Nunes, Lucia Veríssimo, entre outras.>
O atual elenco brasileiro tem as atrizes Maximiliana Reis, Cacau Melo e Sônia Ferreira. Maximiliana, além de atuar na peça, é a produtora do espetáculo. Com 37 anos de carreira, ela também é administradora do Teatro Gazeta, em São Paulo, desde 2003. Foi onde ela teve contato com a peça pela primeira vez.>
Os produtores da época me convidaram para assistir à peça porque queriam colocá-la em cartaz no Teatro Gazeta. A princípio eu tive muita resistência por conta do título, achei que era algo apelativo. Mas fui assistir mesmo cheia de resistência. Para minha surpresa, a cada cena eu ia me apaixonando e, no final, desejei do fundo do meu coração participar do espetáculo, relembra.>
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O desejo virou realidade em 2005, quando Maximiliana entrou em cena para substituir Vera Setta e, logo depois, Fafy Siqueira. Ficou no elenco de 2007 a 2010, e retornou em 2014. Em 2015 assumiu também a produção.>
É emocionante e um grande desafio. Existem momento de diversão e outros muito sensíveis. Como atriz, existe o desafio de sair de uma cena divertida no auge da comédia e aí entrar na próxima cena que é dramática, conta.>
DEPOIMENTOS>
Os Monólogos da Vagina são depoimentos de mais de 200 mulheres colhidos pela dramaturga, artista, feminista e ativista americana Eve Ensler. Ela selecionou algumas dessas histórias e decidiu encená-las. A peça estreou em 1996 e, dois anos depois, Miguel Falabella foi apresentado a Eve. Responsável pela montagem brasileira, Miguel trouxe a peça para a realidade do país.>
Ele colocou três atrizes contracenando e vivendo esses personagens. O espetáculo virou atemporal. Uma mulher pode não ter vivido alguma coisa, mas ouviu histórias parecidas da tia, avó ou mãe, conta.>
Em 2016, Miguel foi ao teatro ver a peça depois de oito anos sem assisti-la. Maximiliana já era atriz e produtora. Ele não sabia se a história tinha se perdido. No final, disse que encontrou uma montagem fiel àquela pensada originalmente. Fiquei feliz e muito honrada. Como produtora, quando vejo que está dando algum excesso, que está extrapolando, fugindo do original, eu limpo, orgulha-se a atriz.>
São 18 anos sem patrocinador ou leis de incentivo, segundo a produtora. O incentivo, segundo ela, é dado pelo público.>
Em uma das cenas, um workshop da vagina, uma terapeuta sexual ensina o caminho das pedras para as mulheres. Muitas dizem que nunca tiveram orgasmo e que tinham vergonha da vagina, tratavam como algo abstrato. No final recebemos depoimentos lindos de mulheres e casais. Uma vez um casal foi assistir e o homem estava emocionado e disse vocês foram responsáveis pela salvação do meu casamento. Cada um é tocado de uma forma diferente pela peça. Esse é o motivo dela estar em cartaz por 18 anos e de ter a certeza que ainda não é hora de parar, finaliza Maximiliana.>
Os Monólogos da Vagina >
Quando: 21 de julho, às 21h e 22 de julho, às 20h.>
Onde: Teatro da Universitário, Ufes. Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.>
Ingressos: setor A, setor B e mezanino: R$ 80. Assinantes de A GAZETA têm 50% de desconto em todas as áreas do evento. Ingressos à venda no site www.tudus.com.br ou na bilheteria do teatro.>
Informações: (27) 3323-0476.>
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