Publicado em 1 de abril de 2019 às 21:33
Há cerca de 15 anos o ator Octávio Mendes dá voz, contornos e trejeitos à Irmã Selma, personagem principal da peça homônima que desembarca em Vitória no próximo sábado (6), em sessão única no Teatro Universitário.>
A caricatura da freira amarga que fez sucesso com o espetáculo de comédia Terça Insana (e acumula 9 milhões de visualizações no YouTube) divide o palco com outras quatro figuras cômicas desenvolvidas por Octávio em seu monólogo. Entram em cena Mônica Goldstein, apresentadora de um programa sensacionalista; o ex-gay, que aborda questões existenciais vividas por quem nega uma identidade; a atriz e cantora Maria Botânica; e Xanaína, uma prostituta que sonha em ser cantora e funciona como uma crítica à música superficial.>
INSPIRAÇÃO>
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Em uma longa conversa por telefone com o C2, Octávio contou que a criação de Irmã Selma foi inspirada em uma entrevista em que o diretor Steven Spielberg dizia guiar seus roteiros pela curva emocional que queria desenvolver no espectador. Achei aquilo muito louco, empolga-se, antes de completar: Voltei a assistir aos Indiana Jones e passei a notar isso. Percebi que essas sensações que a obra desperta às vezes podem ser maiores que a própria história.>
Desta maneira, o ator e diretor elaborou os textos de cada personagem pensando nas reações que queria despertar. De início, pensou que daria errado, mas logo na primeira apresentação foi convencido do contrário. No teatro a resposta é imediata. Fiz uma freira mal educada, sem paciência, que pouco se importa para as pessoas, e ainda assim, por mexer com questões existenciais, gerei uma identificação nas pessoas, explica.>
Octávio, que participou de novelas globais como Mulheres Apaixonadas e Da Cor do Pecado, orgulha-se de estar há tanto tempo em cartaz com uma peça que diverte e traz provocações variadas. É bacana que não faço a peça para o público negro ou para o público gay, por exemplo. Não tenho bandeira estabelecida. Levanto assuntos que servem para qualquer pessoa. Já fiz esse show na Europa e a resposta é sempre parecida, então algo está certo, diz, bem-humorado.>
Além da dramaturgia, o ator acumula estudos na área da psicologia e da comunicação, e faz questão de reunir toda a bagagem em seu trabalho. Octávio confessa, por exemplo, que imprime questões pessoais em seus personagens, assim como aproveita para pensar em sua função enquanto ator.>
Eu gosto de rir. Mesmo quando estou deprimido, dou um jeito de pensar em algo engraçado para ir para frente, porque viver já é muito difícil. Então levantar um lado existencial divertindo as pessoas é demais. Desta forma, pegamos qualquer público. O humor vira pretexto para pelo menos comentar alguns assuntos, conclui, antes de frisar que durante os cinco quadros, lança mão de apenas um palavrão: Não é caretice, é que preciso seguir uma lógica engraçada e não quero me prender a esse recurso.>
Irmã Selma>
Quando: sábado, dia 6, às 21h.>
Onde: Teatro Universitário, Ufes, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.>
Ingressos: térreo/setores A e B R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia); mezanino R$ 60 (inteira) e>
R$ 30 (meia). À venda na bilheteria do teatro, das 15h às 20h, e no site Tudus.com.br.>
Informações: (27) 3335-2953.>
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