Publicado em 13 de junho de 2018 às 18:55
Se você, leitor, tem mais de 30 anos, provavelmente se lembra da comoção que foi o lançamento de Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros em 1993. Filas e mais filas se formavam nos cinemas para conferir a então nova aventura de Steven Spielberg, um filme que prometia trazer os dinossauros de volta à vida.>
O primeiro Jurassic Park, de fato, é um filmaço! Encanto, aventura e suspense com aquele toque mágico de Spielberg. Depois dele, porém, a franquia não se sustentou. O Mundo Perdido (1997), também de Spielberg, é apenas razoável, enquanto Jurassic Park 3 (2001), de Joe Johnston, é sofrível. Não havia mais novidade e os dinossauros já não despertavam o interesse automático do público.>
Quatorze anos depois, Jurassic World, de Colin Trevorrow, trouxe a franquia de volta aos holofotes. O filme, ciente de que mudanças eram necessárias, recomeçou a história com um mesmo parque, mas personagens novos e uma linguagem rejuvenescida. Foi um sucesso estrondoso e até inesperado.>
Agora é a vez de Jurassic World: Reino Ameaçado chegar às telas com a missão de não cometer os mesmos erros de Mundo Perdido 21 anos atrás.>
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O filme se passa três anos após os acontecimentos de Jurassic World, com humanos e dinossauros separados e tranquilos, mas é claro que as coisas não permanecem assim. O vulcão da Ilha Nublar entra em erupção e ameaça (mais uma vez) a existência dos dinossauros.>
Claire (Bryce Dallas Howard) então é contratada por um bondoso bilionário para extrair alguns animais da ilha, inclusive Blue, aquela velociraptor amiga de Owen (Pratt). A ideia seria levar os dinos para uma outra ilha, tudo na bondade, sabe?>
AMEAÇA>
Claro que tudo, em algum momento, sai dos trilhos e o tal reino ameaçado do título é a humanidade.>
J.A. Bayona (dos bons O Impossível e O Orfanato) leva para seu primeiro grande blockbuster a sua assinatura de cinema de terror (ambientes fechados sinistros) e destruição (a ilha e o vulcão). Utilizando ambientação e fotografia muito mais escuras, o diretor catalão cria suspense e tensão com movimentos de câmeras simples, mas funcionais não é questão do que vai acontecer, mas de quando vai acontecer.>
Chris Pratt novamente empresta seu carisma único ao personagem, mas Bryce Dallas Howard continua irritadiça, mas pelo menos agora usa calçados apropriados (o que é explorado ao extremo pelo diretor).>
Apesar da nova roupagem, Reino Ameaçado mostra falhas na inventividade do roteiro. Há no texto uma grande repetição de situações já retratadas nos longas anteriores, e o que poderia parecer homenagem acaba parecendo falta de criatividade.>
A parte técnica impressiona, como na já citada cena da ilha e nos novos dinossauros, mas não compensa as falhas e a previsibilidade do roteiro ou os personagens humanos mal desenvolvidos. O filme se sustenta pela diversão e pela pegada de terror, mas a franquia vai precisar de ir além para manter o fôlego no próximo e inevitável longa.>
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