Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 16:21
Criador do "Recruta Zero" e um dos mais importantes cartunistas americanos, Mort Walker morreu neste sábado, aos 94 anos, em sua casa, na cidade de Stamford, no estado americano de Connecticut. O cartunista morreu em decorrência de uma pneumonia. Um de seus filhos, Greg Walker atribuiu a morte do pai a sua idade avançada.>
Addison Morton Walker nasceu em 3 de setembro de 1923 no estado do Kansas, nos Estados Unidos, e se tornou um dos mais reconhecidos cartunistas do mundo pelo sucesso de criações como "Recruta Zero", de 1950, e "Hi & Lois", de 1954. As tiras do seu mais famoso personagem, o Recruta, foram publicadas em mais de 1.800 jornais de 50 países, entre eles A GAZETA, atingindo mais de 200 milhões de leitores em todo o mundo Walker desenhou e escreveu as tiras do Recruta por 68 anos ininterruptos, se tornando o mais longevo trabalho criado por um cartunista americano - as tirinhas não serão descontinuadas. Greg, filho de Mort, há tempos já vinha assumindo o posto.>
Iniciou a carreira aos 11 anos, quando teve seu primeiro cartum publicado, e aos 15 já era responsável pela seção de quadrinhos de um jornal diário. Aos 20 anops, durante a 2ª Guerra Mundial, foi convocado pelo exército americano e serviu no Sul da Itália, chegando a alcançar o posto de primeiro-tenente. Após quase quatro anos de serviço militar, ingressou na University of Missouri-Columbia e formou-se jornalista. Após o fim da Guerra, em 1948 Walker se radicou em Nova York, onde passou a se dedicar integralmente à carreira que o tornaria mundialmente reconhecido.>
Mas antes de criar seu famoso personagem militar, Walker passou dois anos tendo seu trabalho rejeitado por diferentes editoras. Foi em 1950 que o personagem Beetle Bailey, conhecido no Brasil como Recruta Zero, foi imaginado e desenvolvido por Walker. Beetle, antes de vestir fardas e carregar armas, foi imaginado por Walker como um obscuro e preguiçoso estudante universitário. As primeiras tiras foram publicadas, mas foi pequena a repercussão entre os leitores. No entanto, em 4 de setembro de 1950, a trajetória do personagem sofreu uma reviravolta: Walker decidiu, em uma tira, alistar seu personagem no exército americano. O contexto da Guerra da Coréia impulsionou um reconhecimento em grande escala para as aflições e dificuldades do personagem. Em poucas semanas, quase uma centena de jornais americanos passaram a publicar as tiras do novo Recruta Zero.>
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O evento consagrador, porém, veio logo em seguida, quando o personagem foi banido do jornal do exército "Stars & Stripes", que considerou o trabalho de Walker uma ridicularização dos oficiais. Walker, de fato, criticava e ironizava o autoritarismo e as obsessões da disciplina militar, e suas tirinhas retratavam soldados preguiçosos, ineficazes. O seu banimento do jornal militar teve grande repercussão na imprensa, e a tira se tornou um sucesso cada vez maior, com leitores instigados pelas sátiras e tiradas cômicas do autor sobre o rigor do cotidiano militar.>
Perseguido implacavelmente pelo Sargento Tainha, o Recruta Zero sempre dava um jeito de escapar do trabalho, e criou bem-humoradas defesas de sua vocação ao repouso, como os lemas "Nunca deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã".>
A partir de "Recruta Zero" Walker criou diversos outros personagens e histórias, entre elas Hi & Lois, de 1954, que se tornou conhecida no Brasil como Zezé; depois viria Arca de Noé, sobre as trapalhadas de um navio cheio de animais engraçados.>
No Brasil, a tirinha foi publicada em diferentes jornais desde, como A GAZETA. O "Recruta Zero" também foi editado em livros de bolso, pela Editora L&PM, e a revista do Recruta Zero foi publicada durante os anos 1960, 1970 e 1980 pela Rio Gráfica Editora, e nos anos 1990 foi publicada pela Editora Globo.>
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