Publicado em 2 de abril de 2018 às 18:59
Um menino está soltando pipa em uma região privilegiada de Vitória, com vista para a baía. Lá, vê uma enorme construção, a "casinha", como chama, e se pergunta: "Como construíram aquilo lá, em um monte tão alto? Deve ter sido difícil". Chegando em casa, questiona a mãe sobre a tal "casinha", que responde contando como foi feito o Convento da Penha, um dos principais pontos turísticos do Espírito Santo, em Vila Velha. Assim começa a trama escrita por Ilvan Filho; o livro, em sua segunda edição, traz personagens que também participam da narrativa.>
Nesta terça-feira (3), a obra batizada de "Uma Casinha Lá no Alto", de Ilvan, será autografada por ele durante o Projeto Literatura Infantil na Festa da Penha. O evento faz parte de uma proposta da Prefeitura de Vila Velha e da ArcelorMittal com a Muqueca Editorial para levar o livro a 100 estudantes das escolas públicas da cidade canela-verde de graça. Os exemplares serão distribuídos e assinados na Casa da Memória.>
O projeto, idealizado pelo escritor e pela pesquisadora em Literatura Infantil Ivana Esteves, serve para transmitir conhecimento por meio da literatura. Sempre me pareceu esquisito não ver a criança sendo envolvida nos festejos da padroeira do Espírito Santo. Eram diversas ações, mas nenhuma contemplava os estudantes, no intuito de reiterar a importância e significado do Convento da Penha, como Patrimônio Histórico, Cultural e Religioso de nosso Estado, observa ela, que acredita no poder da literatura local para proporcionar pertencimento por meio dos conhecimentos que os pequenos leitores adquirem.>
Outro entusiasta da literatura infantil é o professor e escritor Francisco Aurélio Ribeiro, um dos primeiros a fomentar a Literatura Infantil no Estado. Ele, que tem 22 livros escritos para crianças no currículo, detalha que o que diferencia essas obras das demais é a linguagem. "Assim como a ilustração, ela (a obra) precisa ser muito bem feita para chamar a atenção das crianças. Para ficar esteticamente atrativo", diz.>
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Para ele, quando qualquer pessoa se dedica à leitura, ela está buscando momentos de prazer e distração com aquelas páginas. "A Literatura é arte, independentemente a que idade ela se destina. O que mais diferencia é mesmo a linguagem, mas a criança é fruto do meio. Ela é reflexo da situação em que vive", justifica, indicando que os adultos é que precisam, também, exercer o hábito de ler para incentivar os filhos, sobrinhos e netos.>
"O Brasil não é, naturalmente, uma sociedade leitora. Raramente se vê alguém lendo um livro para uma criança. Hoje em dia a mãe dá um celular desde cedo para o filho para se livrar dela. Acontece que essa prática abusiva do smartphone leva à escassez da leitura. E isso é muito complicado", lamenta.>
MAIS DA HISTÓRIA>
O foco principal do livro de Ilvan são os episódios em que a imagem de Nossa Senhora da Penha aparece em determinado local, quando na verdade havia sido deixado em outro. Essa repetição, inclusive, fez com que o Convento fosse construído onde o conhecemos hoje. "Quando a imagem desaparece, um macaco que aparece no livro é que sempre a encontra. Dado momento, suspeitam dele e até o prendem quando a imagem some de novo", relembra Ilvan, detalhando parte do livro.>
Sempre usando o lado lúdico, a escolha do Convento parte de uma intimidade que Ilvan tem com o local. "A escolha foi por uma satisfação própria. Pensei: 'Ia ser legal recontar isso' - e foi. Até porque, depois do lançamento da primeira edição, recebi um feedback muito positivo e cheguei até a ir a escolas conversar com as crianças. Em uma instituição eles chegaram a programar um passeio após a leitura da história", comenta. Ilvan destaca que depois de lançada a publicação, descobriu que muitas crianças, mesmo nascidas no Estado, não conhecem um dos monumentos considerado um dos mais importantes da história do Estado.>
SERVIÇO>
Projeto Literatura Infantil na Festa da Penha>
Local: Casa da Memória, em Vila Velha>
Data: 3 de março de 2018>
Horário: De 8h às 10h e de 14h às 16h>
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