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Iphan revalida Paneleiras de Goiabeiras como Patrimônio Cultural do Brasil

Iphan revalida Paneleiras de Goiabeiras como Patrimônio Cultural do Brasil

O trabalho de confecção da panela de barro foi o primeiro bem cultural do Estado registrado pelo Iphan no Livro de Registro dos Saberes, em 2002

Publicado em 2 de setembro de 2021 às 17:11

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As paneleiras de goiabeiras voltaram ao trabalho nessa semana.
Paneleiras de Goiabeiras. (Ricardo Medeiros)

Tradição cultural, turística e gastronômica de Vitória, o ofício das Paneleiras de Goiabeiras teve revalidado o seu título de Patrimônio Cultural do Brasil. O processo foi aprovado por unanimidade nesta terça-feira (31), durante a 97ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

O ofício das paneleiras de Goiabeiras, inclusive, foi o primeiro bem cultural do Estado registrado pelo Iphan como Patrimônio Imaterial no Livro de Registro dos Saberes, em 2002. 

O processo de produção das panelas de barro, muito usadas para a degustação e confecção da deliciosa moqueca capixaba, emprega técnicas rudimentares de artesanato misturadas à argila. A atividade, eminentemente feminina e envolta por uma sensação de pertencimento, é repassada pelas paneleiras às suas filhas, netas e sobrinhas, no convívio doméstico e comunitário. É um dos ofícios que movimentam a economia criativa da região, sendo principal meio de sustento de mais de 120 famílias. 

As panelas são modeladas à mão, em um trabalho de muita dedicação e afeto. Após secas ao sol, são polidas, queimadas ao ar livre e impermeabilizadas com tinta de tanino. A técnica é herança cultural Tupi-guarani e Una. O saber foi apropriado dos índios por colonos e descendentes de escravos africanos que ocuparam a margem do manguezal da Grande Goiabeiras.

Além do trabalho das paneleiras, o Tambor de Crioula, do Maranhão, e o Frevo, de Pernambuco, também tiveram o título de patrimônio revalidado pelo Iphan. 

BENS CULTURAIS

Antes da deliberação do Conselho, os processos dos três bens culturais passaram por consulta pública e os pareceres de reavaliação foram apreciados pela Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial do órgão.

"É com grande alegria que aprovamos a revalidação de mais esses três bens como Patrimônio Cultural do Brasil. Agradeço o empenho do DPI (Departamento do Patrimônio Imaterial) e dos conselheiros na luta para garantir esse direito aos detentores", destacou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto.

"Além dos registros e revalidações, também temos trabalhado no planejamento das ações de salvaguarda, para podermos concluir esse processo de proteção e valorização dos 50 bens registrados em todo o Brasil", acrescenta.

Os bens culturais registrados como Patrimônio Cultural passam pelo processo de revalidação a cada dez anos. O objetivo é investigar sobre a atual situação do bem cultural, verificar mudanças nos sentidos e significados atribuídos ao bem, entre outros aspectos. A revalidação também busca dar subsídio a ações futuras de proteção e valorização do patrimônio imaterial.

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(Com informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

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