Publicado em 2 de maio de 2018 às 23:07
Há 30 anos, o Engenheiros do Hawaii lançava A Revolta dos Dândis, disco que eternizou canções como Terra de Gigantes e Infinita Highway. Essas e outras músicas integram o repertório do show que o ex-Engenheiro Humberto Gessinger realiza sexta-feira (4), em Vila Velha.>
O show faz parte da turnê do novo DVD do cantor, Ao Vivo Pra Caramba, que além dos sucessos do álbum trintão dos Engenheiros, conta com quatro canções acústicas inéditas assinadas por Humberto. Pra Caramba, Cadê?, Das Tripas Coração e Saudade Zero são as novidades que se unem aos antigos clássicos. Gosto de unir releituras do passado com vislumbres do futuro, conta Humberto em entrevista ao C2.>
Quando olha pra trás, há exatos 30 anos, quais suas recordações da gravação e lançamento do álbum?>
O Revolta dos Dândis foi gravado num momento de transição. Quando escrevi as canções estava trocando a guitarra pelo baixo e não sabia ao certo qual seria a formação da banda. Mas sabia que o material tinha muita força.>
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Por que acha que essas canções ainda fazem sucesso com o público?>
É um disco muito direto na sua forma e complexo no conteúdo. Essa mistura parece ter funcionado bem.>
O DVD Ao Vivo Pra Caramba tem quatro músicas inéditas. Como elas conversam com músicas antigas?>
Eu as gravei num formato acústico para servirem de contraponto às outras músicas do disco. Mas na turnê algumas estão ganhando versões plugadas, pois o ambiente é outro. É meu sétimo registro ao vivo. Em todos eles coloquei músicas inéditas ao lado de clássicos. Gosto de unir releituras do passado com vislumbres do futuro. Essas músicas criam discos dentro dos discos. Acho legal que isso aconteça. As músicas jogam diferentes luzes umas sobre as outras, renovando significados. Já é uma tradição.>
Como a banda é formada por outros músicos, tem novas versões dos clássicos? Como é?>
Nos ensaios, mostrei aos músicos que me acompanham agora as mesmas demos que mostrei pro pessoal em 1987. Obviamente, eles conheciam as versões do disco e também acrescentaram seus sotaques particulares. Como compositor, me agrada muito ouvir as várias maneiras que diferentes músicos se relacionam com o que escrevo.>
A sequência de músicas do show é semelhante ao disco?>
A sequência das músicas foi originalmente pensada para LP e K7, que eram os formatos correntes. Havia lado A e lado B, o que era determinante para a arquitetura do disco. O show é diferente, é linear. Por isso mudei algumas músicas de lugar e refiz algumas passagens que, no disco faziam sentido mas no show ficam redundantes.>
E livros, algum em produção para ser lançado?>
Em breve, não. Nestes últimos anos tenho me dedicado muito à música. O trabalho de rearranjar, de montar novos trios e novos shows me dá tanto prazer quanto compor e escrever. Mas toma tempo. Para esta turnê, por exemplo, troquei, o baixo de 4 cordas pelo de 6, o acordeon pelo piano e a viola caipira pela guitarra de doze cordas. Parece algo insignificante para quem vê de fora. Mas isso abriu várias possibilidades para o trio. Explorar estes caminhos tem tomado minha concentração. Em mim, há o compositor, o escritor, o instrumentista, o arranjador, o cantor... às vezes um pede mais atenção e os outros precisam esperar.>
O processo de escrever um livro é semelhante ao de uma música?>
Escrever música é algo mais subjetivo e misterioso. Sobre a escrita eu tenho um pouco mais de controle.>
Acha que as mensagens das músicas do álbum ainda são atuais?>
Não vejo minhas letras como mensagens. Se alguém se identificar com elas, se as músicas fizerem companhia a alguém, é lindo e maravilhoso. Mas longe de mim querer fazer a cabeça de quem me ouve. Não tenho nada a ensinar. Faço música pra aprender.>
A pausa do Engenheiros foi anunciada em julho de 2008. Já são quase 10 anos. Muitas bandas estão retornando com turnês comemorativas. Você enxerga essa possibilidade para os Engenheiros?>
No momento não. Eu poderia continuar usando o nome, mas acho que as coisas ficam mais claras como estão. Quem se prende a essa coisa do nome não entende minha música.>
SERVIÇO >
Humberto Gessinger - Ao Vivo pra Caramba>
Quando: sexta-feira (4), às 21h30.>
Onde: Área de Eventos Shopping Vila Velha. Av. Luciano das Neves, 2.418, Divino Espírito Santo, Vila Velha.>
Ingressos: área vip R$ 60 (meia); pista: R$ 40 (meia); mesas para 4 pessoas: a partir de R$ 500. Assinantes de A GAZETA têm 50% na área vip e na pista, e 10% na mesa. Ingressos à venda no site www.tudus.com.br e nas lojas Metal Nobre e Soft Modas.>
Informações: (27) 3533-2221.>
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