Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 00:34
Em 1996 havia o Dead Fish, e era bom demais! Desde 1991 a banda já pavimentava o caminho para se tornar uma das maiores talvez a maior e mais relevantes do hardcore nacional nas décadas seguintes; já eram duas fitas demos cantadas em inglês, as primeiras músicas em português, e vários shows importantes dentro e fora do Estado. Mesmo assim, aquele Dead Fish, o que "acabou" em 1996, de Rodrigo Lima, Marcel Dadalto, Gustavo Buteri, Thiago Lima e Leandro Nô Mozachi, poucos fãs viram ao vivo.>
Naquele ano a banda deu um tempo nas atividades. Rodrigo e Nô estavam presentes um ano depois, quando o Dead Fish se reuniu, mas os outros três não Marcel estava a todo vapor com o É!? (que depois se transformou no Zé Maria), Gustavo tocava o Undertow e Thiago nunca mais pegou num baixo. Quer dizer... nunca mais até a última semana, quando ele se reuniu com os antigos companheiros para os ensaios dos shows que rolam nesta quarta-feira (são duas sessões), com ingressos limitadíssimos, no Motor Rockers, na Praia do Canto, em Vitória.>
A ideia veio de Marcelo Buteri, ex-integrante e irmão de Gustavo, após o show de reunião da banda Medley, que rolou no final de novembro.>
Meu irmão estava empolgado e eu joguei como seria incrível uma (reunião) do Dead Fish, já que o Marcel (que mora na Alemanha) estaria aqui em janeiro, lembra. Ele duvidou que rolaria, mas fui ligando para todo mundo e botando pilha. Todos toparam, lembra Marcelo.>
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A ideia inicial, porém, era um show apenas com a presença de amigos. Justamente por isso o local escolhido foi o Motor Rockers, pub de propriedade de Thiago e Gustavo. Mas deu no que deu (risos).>
Com o deu no que deu Marcelo se refere à grande procura por ingressos fãs de todo o Brasil, que nunca viram a banda com essa formação, queriam vir para Vitória. A solução para não tirar o show do pub foi abrir outra sessão. Serão 50 ingressos para cada uma.>
NOSTALGIA>
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O set será composto pelas músicas que essa formação gravou nas demos #1 e (Re)progresso, além de outras duas, as primeiras em português. Toda nostalgia começou com o documentário Asfalto, que registrou os 25 anos da banda.>
Todo mundo (os ex-integrantes) viu o documentário, com aquela emoção que rola. Aí a gente começou a mandar mensagem um para o outro e bateu aquela saudade. Na verdade quando eu vi o filme já tive esse feeling de como seria legal tocar com esses caras de novo, esse sentimento secreto, e acabou rolando, conta Marcel Dadalto.>
O músico foi convidado a retornar para a banda após a parada de 96, mas preferiu outros rumos. Já estava numa vibe Sala 11 (estúdio que comandou no final dos anos 90), de computador... Minha cabeça já estava em outro lugar.>
O tempo passou, mas a amizade e as lembranças ficaram. Tenho muita lembrança boa... A gente tocava >
muito, em qualquer lugar que chamavam. Lembro do show do BHRIF (BH Rock Independent Fest), em 1994, acho que foi nosso primeiro show grande. O Guy Piccioto e o Ian MacKaye (Fugazi) estavam na plateia. Pedi autógrafo deles... Nunca mais pedi de ninguém (risos).>
E como foi voltar a tocar essas músicas após tanto tempo? Cara, essa é a melhor parte. Tocar essas músicas de novo é muito emocionante. Mesmo enquanto eu estava lá em Berlim, tirando as músicas sozinho, eu me arrepiava ao mesmo tempo que ralava para repetir a pegada das músicas, admite. Muito tempo passou, fui tocar outros estilos... Então quando pego a guitarra é diferente, mas também é como andar de bicicleta. É uma emoção indescritível.>
Emoção que Marcel espera compartilhar com amigos. A galera das antigas tá pirando! Muita gente de fora e muita gente aqui de Vitória que nunca mais saiu pra show, todo mundo querendo ir, seja pra curtir ou pra rir junto vendo a gente tentar tocar músicas escritas quanto a gente tinha 16 anos.>
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