Publicado em 10 de janeiro de 2018 às 22:27
Existem filmes com grandes histórias, com novidades de roteiro, inovações narrativas... E existem filmes que servem como veículo para seus protagonistas concorrerem a prêmios é o caso de O Destino de Uma Nação, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas do Estado credenciado pela vitória de Gary Oldman no Globo de Ouro e de olho numa indicação ao Oscar (os indicados serão conhecidos no próximo dia 23). Não que o filme de Joe Wright (Orgulho e Preconceito) seja ruim, pois não é, ele apenas não traz novidades ou um algo que faça o espectador comum, aquele que sustenta a indústria de cinema, sair de casa e pagar um ingresso.
O filme acompanha os acontecimentos de 1940, quando as forças da Alemanha nazista já tinham invadido Bélgica e França e caminhava para fazer o mesmo com a Inglaterra. Londres conviva com os bombardeios noturnos e a maior parte de seu exército estava presa em Dunquerque, cidade litorânea da França, como mostrado no filme Dunkirk, de Christopher Nolan.
Diante do cenário caótico, o primeiro ministro Neville Chamberlain foi substituído por Winston Churchill, que liderou a resistência britânica e mudou o rumo da Segunda Guerra.
HISTÓRIA
O paralelo com Dunkirk funciona muito bem porque o foco da trama de O Destino de Uma Nação está justamente nas primeiras semanas da administração de Churchill, período que culminou com a evacuação das tropas de Dunquerque, ou seja, com os eventos retratados com maestria por Nolan em seu longa de guerra.
Como recorte histórico, o filme de Joe Wright traz pouca novidade. O logo salta aos olhos é a maneira como Churchill é retratado como uma figura questionada entre seus pares e desacreditada pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn).
É aí que reside a força do roteiro, na construção de Churchill que passa de um político beberrão e com pouco crédito ao sujeito que é considerado hoje um dos maiores estadistas da história. Quando os rumos da Grã-Bretanha pareciam rumar para uma guerra que não podiam ganhar ou para uma rendição à Alemanha de Hitler (um acordo que era pressionado a aceitar), Churchill, como mostra o longa, foi inteligente o suficiente para encontrar uma terceira via.
Essa força do texto seria jogada fora sem um ator que convencesse como Churchill, mas é aí que entra Gary Oldman. Sob uma grande camada de maquiagem que o deixou praticamente irreconhecível, o ator impressiona por conseguir, ainda assim, impor suas expressões e seu estilo de interpretação. Seu Churchill é por vezes bonachão, por vezes duro, mas sempre um decidido e em busca de resoluções para os problemas que não param de surgir.
Ao fim, como filme e/ou recorte histórico, O Destino de Uma Nação é razoável e tropeça feio no piegas ato final. Apesar disso, é um excelente meio para Gary Oldman mostrar seu talento.
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