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Game 'Yuki' leva jogador à imaginação de criança com realidade virtual

Game 'Yuki' leva jogador à imaginação de criança com realidade virtual

Com detalhes inspirados e trilha sonora animada, lançamento é uma experiência única

Publicado em 2 de agosto de 2021 às 12:45

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Cena do jogo Yuki, da desenvolvedora brasileira Arvore
Cena do jogo Yuki, da desenvolvedora brasileira Arvore. (Divulgação)

É um grande clichê dizer que a arte que mais mexe com a gente é aquela que lembra a infância. A grande reviravolta do filme "Ratatouille", da Pixar, por exemplo, acontece quando o temido crítico Ego -psicanalistas vão à loucura- dá uma garfada no prato e se lembra de quando comia a mesma coisa quando era menino.

É exatamente essa a sensação de jogar "Yuki". Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Arvore, o jogo usa realidade virtual -VR, na sigla em inglês- para transportar os jogadores para uma época da infância em que se inventam mundos e aventuras brincando com bonecos.

A história do game é simples. Você é uma criança que, ao tocar no boneco da guardiã espacial Yuki, é transportada para o mundo dela, lutando contra aliens para recuperar o "poder da criatividade" roubado por eles. O jogo mistura os gêneros "roguelike", no qual a morte é permanente e é preciso voltar para o início a cada falha, e "bullet hell" -como o nome sugere, jogos com uma chuva de balas e projéteis na tela, dos quais é preciso desviar enquanto devolve o fogo.

A grande sacada aqui é que, com o VR, o jogador está imerso na ação, tendo muito mais liberdade para realizar movimentos com Yuki e desviar dos ataques inimigos e dos obstáculos do percurso. O modo como você controla a heroína com uma das mãos, movendo o controle exatamente como moveria um boneco voando pelo ar, é excepcional. Com a outra, o jogador controla o parceiro de Yuki, um robô simpático que ajuda a coletar pontos e pode congelar inimigos.

Entre uma morte e outra, Yuki vai acumulando melhorias permanentes, o que significa que cada tentativa é um pouco mais fácil que a anterior. Não que o jogo seja muito difícil -existem alguns trechos mais desafiadores e chefes interessantes, mas que com alguma prática se tornam mais simples de vencer.

O que garante que o jogo não fique repetitivo ou chato, sempre um risco quando se fala de "roguelikes", é a jogabilidade inovadora e a trilha sonora que anima a ação.

Cena do jogo Yuki, da desenvolvedora brasileira Arvore
Cena do jogo Yuki, da desenvolvedora brasileira Arvore. (Divulgação)

Outro ponto forte são os detalhes visuais. Yuki se parece muitíssimo com um boneco de colecionador que você encontraria em lojas especializadas por aí, e o jogo traz a possibilidade de trocar o equipamento que ela usa para voar, cada um com pontos fortes e fracos diferentes.

Os inimigos têm um design um pouco menos criativo, com exceção do primeiro chefe, uma enorme serpente que, com a ajuda do VR, parece gigante e intimidadora. O jogo tem seis fases e três chefes no total, sendo relativamente curto -em pouco mais de uma hora e meia de teste, este repórter conseguiu chegar à quarta fase.

O principal problema do jogo, entretanto, fica fora da tela. A quantidade de pessoas que têm algum tipo de equipamento de realidade virtual ainda é pequeno, mesmo lá fora. De acordo com uma pesquisa de março de 2020 feita pela Entertainment Software Association dos Estados Unidos, 73% dos 169 milhões de gamers naquele país tinham algum console, mas só 29% tinham um equipamento de VR. Aqui no Brasil, com preços por volta de R$ 3.000, é difícil de imaginar que a parcela seja significativa.

O que é uma pena, porque mais pessoas deveriam jogar "Yuki" e se encantar com o modo como o jogo recupera o mundo de possibilidades que é a imaginação da criança.

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