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Fredone participa de bate-papo sobre rap no Sesc Glória

Fredone participa de bate-papo sobre rap no Sesc Glória

Autor do livro "Rap: A Força da Fala", artista visual aborda o tema nesta terça-feira (7), no Sesc Glória, no Centro

Publicado em 6 de maio de 2019 às 22:24

O Dia do Curioso Musical foi instituído há tempos, no Sesc Glória, em Vitória, com a intenção de formar plateias e ouvintes musicais. Na edição deste mês, realizada nesta terça-feira (7), a partir das 19h30, o Teatro Virgínia Tamanini recebe o artista visual Fredone Fone, que vai falar da rima como arte da periferia e estratégia contra a exclusão social da juventude negra.

O artista – mais conhecido por suas obras em murais no Estado e também fora do país – lançou no ano passado o livro “Rap: A Força da Fala”, em que reúne letras de rap escritas por capixabas no período entre 1987 e 2010. Durante o evento, Fredone vai usar a obra como ponto de partida para uma explanação sobre a história do rap local e também para abordar o movimento hip hop como parte do movimento negro.

“Vou apresentar o contexto dessas letras escritas, a maneira como as pessoas se descobriram como poetas, como escritores e músicos mesmo estando em bairro de periferia. Quando esse material foi produzido, nos anos 1980, 1990 e 2000, o momento era outro. É importante lembrar que se fazia rap no Rio e em São Paulo, mas aqui também já existia um movimento”, lembra Fredone, que fez seus primeiros registros em grafite, elemento do hip hop, em meados de 1995.

O livro traz ao público mais de 150 composições de rappers e MCs do Espírito Santo e foi fruto de uma detalhada pesquisa. Durante o processo, Fredone notou diversas mudanças ocorridas no cenário local, que acompanharam as evoluções e transformações musicais ocorridas nas últimas décadas.

“Antes, o rap era muito focado, centrado na periferia. Hoje em dia ainda é, mas também existem pessoas de outras classes sociais fazendo rap. Esse crescimento é maravilhoso, mas não pode apagar a existência do rap de periferia e o protagonismo do jovem negro”, opina.

Fredone ainda lembra que boa parte do material reunido em “Rap: A Força da Fala” nem chegou a ser gravado antigamente. “Muitos não tinham computador, não conseguiam gravar suas músicas. Além disso, existia uma falta de perspectiva geral. Hoje em dia já tem quem sobreviva fazendo algum dinheiro no final do mês com o próprio rap, o que antes só era possível se fosse trabalhar em um açougue, em uma lanchonete, com transporte de carga, com alguma outra função”, conclui.

Curioso Musical “Rap: A Força da Fala”

Quando: Nesta terça-feira (7), às 19h30.

Onde: Teatro Virgínia Tamanini. Centro Cultural Sesc Glória. Av. Jerônimo Monteiro, 428, Centro, Vitória.

Ingressos: R$ 10 (inteira), R$ 5 (meia). À venda na bilheteria.

Informações: (27) 3232-4750.

 

 

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