Publicado em 11 de março de 2019 às 21:29
As 24 fotografias que compõem a exposição Mulheres Atingidas: da Lama à Luta, que será aberta no dia 12 de março, em Vitória, revelam que em meio aos mares de lama em Mariana e Brumadinho, Minas Gerais, mulheres encontraram forças para batalhar pelos seus direitos. As imagens são da fotógrafa mineira Isis Medeiros, do capixaba Gabriel Lordello e de outros profissionais que presenciaram a rotina dos sobreviventes da tragédia.>
As mulheres de Mariana me trouxeram essa perspectiva de protagonismo. Elas são maioria nas audiências públicas, manifestações e reuniões nesses locais. Comecei a reparar isso e, quando cobri Brumadinho, também passei a focar meu olhar para mostrar a força que elas tinham para ir em busca dos direito delas, diz Isis.>
Um dos exemplos que Isis presenciou foi quando as famílias que perderam suas fontes de rendas receberam um vale-alimentação em nome dos homens da família. Muitas mulheres lutaram e conquistaram o direito de ter o seu nome no cartão. O primeiro momento é de pânico, luto, mas aos poucos isso vai se transformando em força que faz com que elas se movam, lembra.>
Isis acompanhou de perto os desdobramentos de Mariana e Brumadinho. No primeiro rompimento, em novembro de 2015, ela sabia o tamanho do desastre, em Brumadinho, porém, não tinha noção.>
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Não sabia o que ia encontrar. Ainda no caminho ouvimos a notícia de que existia um refeitório que ficava perto da barragem. Quando cheguei, as pessoas estavam procurando parentes. A primeira coisa que fiz foi tentar entender o que estava acontecendo para saber de que forma poderia me envolver na cena. É preciso respeitar a privacidade das pessoas porque é algo muito trágico, você não sabe se as pessoas querem ser vistas daquele jeito, relata a fotógrafa.>
Bate-papo>
Isis trabalha de forma independente e já colaborou com mídias alternativas como Mídia Ninja e Jornalistas Livres. Mineira de Ponte Nova, ela começou a fotografar há seis anos e, aos poucos, foi entendendo que a fotografia com o apelo mais social era o que mais a interessava.>
A minha primeira inspiração foi Sebastião Salgado. Eu acho que o principal objetivo da fotografia social é trazer uma reflexão para além da própria imagem, para as pessoas entenderem o contexto além da tragédia. Não ficar só na imagem trágica, que abala, deixa a gente pra baixo. O que tento trazer é uma fotografia de denúncia em meio ao caos , explica. >
No dia 12 de março também comanda um bate-papo sobre fotojornalismo no mesmo local da exposição. A conversa gira em torno dos direitos violados, algumas histórias das mulheres que sofreram as consequências desses crimes e como essa luta coletiva se transformou em um processo de conquistas.>
SERVIÇO>
Mulheres Atingidas: da Lama à Luta>
Com Isis Medeiros e Gabriel Lordello>
Quando: 12 de março, às 13h. Visitação até 22 de março, das 8 às 18h.>
Onde: Espaço de Artes Marien Calixte, Assembleia Legislativa. Av. Américo Buaiz, 205, Enseada do Suá, Vitória.>
Bate-papo às 19h na Mosaico Fotogaleria. Victoria Mall, Rua Aristóbulo Barbosa Leão, 500, Mata da Praia.>
Inscrições: [email protected]>
Informações: (27) 99943-0831>
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