> >
Ex-The Voice, Mariana Volker lança disco e fala de intimidade com o ES

Ex-The Voice, Mariana Volker lança disco e fala de intimidade com o ES

Lançando "Órbita", cantora afirmou ao Divirta-se ter uma ligação afetiva com o Espírito Santo. "Boa parte da minha família mora em Vila Velha"

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 21:00

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Mariana Volker, cantora que está lançando o seu novo EP, "Órbita". (Júlia Assis/Divulgação)

É impossível conversar com Mariana Volker sem cair em sua “lábia sedutora”. De inegável talento, a ex-“The Voice Brasil” - que está lançando seu novo disco, “Órbita” - logo vai conquistando a reportagem com o seu jeitinho “aconchegante”. “Sabia que tenho uma ligação fantástica com o Espírito Santo?”, indagou a moça, com um sorriso de felicidade... Golpe baixo...

“Então, mais da metade da minha família mora em Vila Velha. É uma mulherada só!”, explica, não dando tempo para perguntas do outro lado da linha. “Estou morrendo de saudade do Espírito Santo. Tem um ‘tempasso’ que não vou ai. Quero fazer um show para lançar ‘Órbita’. Só a minha família vai lotar o teatro”, brinca, com uma deliciosa gargalhada.

Capa do EP "Órbita", de Mariana Volker. (Divulgação)

Bairrismos à parte, vamos (finalmente) falar de “Órbita”. Muito elogiado pela crítica, o disco - que conta com a belíssima capa de Raphael Tepedino e Júlia Assis, em uma oportuna homenagem a Elke Maravilha - traz oito faixas que flertam com o pop e o rock’n roll. São música que, basicamente, falam de sentimentos complexos, como feridas e dores de amores curadas (e mal curadas). O disco, já disponível nas plataformas digitais, chega pelo selo Altafonte, com produção de Pedro Sodré e co-produção de Thiago Vivas.

MELANCOLIA

Entre os destaques do álbum, “Labirinto”, uma música que, segundo a artista, a ajudou a sair da depressão, e “Montes Claros”, um poema de despedida para uma pessoa que foi importante para Mariana.  Ao ouvir o disco, uma pergunta óbvia vem a cabeça: por que apostar em um trabalho que se destaca pelo tom melancólico das faixas?

“Estamos vivendo um momento estranho, pesado e de censura à classe artística. Esse clima acaba interferindo nas relações interpessoais. Há muita violência ‘instigada’ e ódio por todos os lados, principalmente nas redes sociais. Isso interfere na música que nós produzimos”, afirma a cantora, dizendo que “Órbita” também é uma chance de falar sobre problemas mentais e dilemas afetivos. Abaixo, veja o clipe de "Montes Claros".

“Graças a Deus, agora temos a oportunidade de falar sobre saúde mental na musica. É um alerta para que as pessoas saibam  da necessidade de se cuidar.  Clarice Falcão, uma artista que considero muito, também está nessa vibe, só para citar apenas uma pessoa”, enumera.

PAIXÃO

Mariana Volker, por sua vez, não esconde a preferência por duas faixas: “Montes Claros” e “+ Amor”. “Como falei anteriormente, ‘Montes...’ é uma ‘carta de despedida’ feita para um amiga que me magoou. É um estilo meio voz e violão, bem intimista. Compus essa faixa há cerca de 13 anos. Ela nasceu em um momento de fragilidade, quando pensei em desistir da carreira. Eu e o produtor, Pedro Sodré, queríamos uma gravação ‘crua’, mais ‘orgânica’”, acentua.

Sobre “+ Amor”, a vibe é completamente oposta. Vibrante, a canção pode ser vista como uma espécie de voz contrária à censura e totalmente favorável à aceitação das diferenças, sejam em relação à sexualidade, etnia, gênero e até mesmo posicionamentos políticos. Abaixo, veja o clipe de "+ Amor".

“Fazemos uma referência à cultura pop dos anos 1990. É uma música que mostra a força das minorias. É festiva e alegre, mas, mesmo assim, vejo como a voz de uma pessoa que busca o seu lugar e o respeito de todos”, fala em tom de protesto, comentando a citação ao presidente Jair Bolsonaro no clipe de “+ Amor”.

“Ele aparece nos vários aparelhos de TV estilizados. Só tentei colocar no vídeo os absurdos que o presidente fala na TV. Queremos ‘jogar’ amor para ele e tentar acabar o seu discurso de ódio. É um recado para dizer que não vamos abrir mão da nossa voz”, avisa a cantora, que tem como referências musicais grupos díspares, como New Order, Pink Floyd, Paralamas do Sucesso, Tulipa Ruiz e Tim Bernardes

Mariana confirma que fazer o "The Voice" há dois anos foi um divisor de águas na carreira. "O programa veio num momento em que estava me reerguendo e voltando a trabalhar, vencendo a depressão. Já tinha tentado em 2011, mas não passei bela banca que selecionava os candidatos", confessa, dando a fórmula para se dar bem no reality musical. "'Experiência' de cabeça, cara! Você não pode ficar apavorado porque está na TV,  exposto para o público. É preciso segurar a onda e confiar no seu potencial".

Ela diz que guarda boas lembranças do técnico Michel Teló. "Ele me deu muita tranquilidade, pois entende muito de música e me passou muita coisa. O Michel não é só um cantor. É um artista completo. Nos reencontramos recentemente em um estúdio de gravação no Rio.  Na época do programa, ele me deu conselhos e foi importante para a minha decisão de não abandonar a música", complementa.  Abaixo, confira as músicas de "Órbita".

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais