Publicado em 26 de julho de 2018 às 12:02
Os números impressionam: em cartaz há 30 anos ininterruptos na Broadway, o musical O Fantasma da Ópera já foi visto por mais de 140 milhões de pessoas em 35 países, 160 cidades e traduzido para 15 idiomas ao redor do mundo. No Brasil, onde foi montado em 2005, atraiu a atenção de 880 mil pessoas durante dois anos. E o sucesso deve se repetir a partir de 1º/8, quando estreia a nova versão do espetáculo criado por Andrew Lloyd Webber, no Teatro Renault. A previsão é de ficar em cartaz ao menos duas temporadas.>
Mas como justificar tamanho êxito, uma vez que outros musicais, criados em moldes semelhantes, não alcançaram tamanho apogeu? A reportagem consultou especialistas em busca de explicações. Inspirado no romance homônimo de Gaston Leroux, o enredo conta a história de um desfigurado e atormentado gênio da música (agora interpretado por Thiago Arancam) que assombra as dependências da Ópera de Paris, no final do século 19, até se apaixonar pela corista Christine (Lina Mendes) e decidir transformá-la em uma das maiores estrelas da ópera. Os problemas surgem quando ele encontra o namorado de infância de Christine, Raoul (Fred Silveira), por quem ela está apaixonada.>
Com canções de Lloyd Webber e direção de Harold Prince, dois consagrados artistas do musical, O Fantasma da Ópera estreou em Londres em 1986 e, dois anos depois, na Broadway, onde ainda continua em cartaz: "Ao contrário de Cats, cujas primeiras pré-estreias foram emocionantes, mas acidentadas, a reação do público às sessões prévias do Fantasma sugeriu que um hit incontrolável estava em nossas mãos. Prince estava tão certo disso que, brincando, sugeriu que todos tirássemos férias e voltássemos para a noite de abertura. Amor, paixão e teatro ao vivo: isso é o que define o Fantasma", comentou Webber, em texto publicado no programa comemorativo dos 30 anos do musical, festejados em janeiro.>
Para Jamil Dias, professor de História do Teatro Musical, Fantasma se enquadra no seleto grupo de megamusicais ingleses (junto com Cats, Les Misérables e Miss Saigon) que, nas décadas de 1980 e 1990, tomou a Broadway de assalto e impôs uma nova definição do que seria, a partir daí, um musical no imaginário popular - espetáculos com um grandioso aparato técnico, cuidadosamente planejados, executados com competência impecável e divulgados maciçamente para se tornarem produtos globais (e, portanto, exportáveis). "Dessa forma, surgem como a salvação do musical moderno, depois de um período (nas décadas de 1960 e 1970) de crise da Broadway.">
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Fantasma, porém, tinha alguns ingredientes a mais. "Há uma mistura de perversidade e luxo que atrai muito as pessoas", identifica ainda o diretor Jorge Takla.>
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