Publicado em 2 de junho de 2018 às 00:54
No final do ano passado, quando se preparava para entrar em estúdio para mais um trabalho, Lenine chamou Bruno Giorgi, seu filho e diretor musical, e o indagou: Bicho, por que fazer um disco? A gente precisa mesmo é fazer um show novo. De cara, Bruno concordou com o pai e companheiro de trabalho. Juntos, convocaram o time de músicos da equipe e assim montaram o show Em Trânsito. Subvertendo a ordem natural das produções, a apresentação no Teatro Imperator, no Rio de Janeiro, foi registrada e virou o álbum de mesmo nome, recém-lançado pelo pernambucano.>
O novo trabalho foi focado na assinatura coletiva dos músicos que tocam com Lenine. Ao longo da vida fiz discos com outras pessoas. Dividi a equação do estúdio. O estúdio para mim sempre foi um laboratório, para experimentar mesmo. Fazia discos em cinco, seis meses, mostrava para os músicos e adaptávamos para um show. Agora não. O foco está na banda. Fizemos um show de canções inéditas, de um modo que eu já queria há algum tempo, conta o simpático músico, em entrevista por telefone ao Gazeta Online.>
O repertório de Em Trânsito é formado por dez faixas, sendo sete inéditas. Todas soam como novas, sem deixar de lado a identidade roqueira do álbum, nem a marca de Lenine. O jogo de palavras e a levada de Sublinhe e Revele, por exemplo, remete um pouco à já conhecida Todas Elas Juntas Num Só Ser, lançada em 2004 no primeiro disco ao vivo do cantor, Lenine In Cité.>
Intolerância, primeiro single do disco, vem como um tapa, mesmo que sutil, em tempos obscuros: Ela vem e espalha conflito/ Ganha nem que seja no grito/ E se tem alguém que eu evito/ É ela. Na inédita Leve e Suave, faixa que abre o disco, Lenine fala da questão do afeto nos tempos atuais.>
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Escrita há 17 anos pelo pernambucano em parceria com Paulo César Pinheiro, um dos maiores compositores da música brasileira, Lua Candeia tem ótimos novos arranjos, até minimalistas, valorizando a voz potente de Lenine.>
PROCESSO >
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No total, foram 20 dias de ensaios e acertos até a gravação do show. O processo se deu de forma ágil, conforme conta Lenine, uma vantagem da intimidade e da irmandade conquistadas depois de muitos anos de trabalho com uma mesma equipe.>
Para fazer um trabalho com essas características, com essa urgência, só dava mesmo com os mais íntimos. Chegava e dizia olha, fiz assim. As canções novas eu mostrei para a banda sem o violão. Esse fato foi um divisor de águas para mim, porque pude me exercitar como cantor, como intérprete. Não quer dizer que eu não toque. Eu toco, mas pude me dar o prazer de exorcizar um pouco o meu lado com instrumento. Acho que isso deu uma liga ao trabalho da banda, comenta Lenine.>
O cantor desembarca com o show Em Trânsito no Estado no mês que vem. A apresentação está marcada para o dia 7 de julho, no Teatro Universitário, na Ufes, em Vitória. O público vai ver um show que não viu ainda, viu apenas este CD extraído do show. Vou levar essas dez canções e mais outras dez. Talvez até um pouco mais, quem sabe?, brinca. Os ingressos partem de R$ 40 e estão à venda no site Tudus.com.br.>
Ouça o disco:>
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