Publicado em 22 de agosto de 2019 às 04:20
A cantora e compositora Gabriela Brown surgiu em 2017 com a música Anti-maré e chamou atenção pela suavidade da sua potente voz. O vídeo da música foi compartilhado pelo site "Brasileiríssimos" e teve mais de 200 mil visualizações. De lá para cá criou-se a expectativa de que Gabriela, nascida em Dunquerque, Norte da França, lançasse seu disco de estreia.>
Com produção de Rodolfo Simor, Zeugma (já disponível nas plataformas digitais) passeia por vários estilos musicais em suas dez faixas indo do jazz ao hip-hop, mas tendo a base no rythm and blues. Todo concebido em 2019, o disco teve todas as letras compostas por Gabriela e será lançado oficialmente em show que a cantora faz terça-feira (13), às 20h, no Teatro do Sesi, em Jardim da Penha, Vitória.>
O nome do álbum faz referência a uma figura de linguagem na qual um termo já dito anteriormente é suprimido. Zeugma também significa, em sua origem, no grego, ligação ou vínculo.>
Inicialmente concebido para ser um EP com três ou quatro faixas, Zeugma virou álbum completo, com dez canções. Gabriela lembra ter intensificado o processo de composição após 2018, ano considerado difícil para a cantora, que, quando percebeu, tinha um trabalho completo com um conceito bem amarrado.>
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Era uma mistura de todos os gêneros, de todas as mensagens, de todas as experiências de uma forma coerente e percebi que tinha que ser um disco, conta, em entrevista ao Gazeta Online.>
O nome do álbum se deve por conta da relação entre a militância e o caráter das faixas. Zeugma traz composições políticas, ainda que de forma sutil. Gabriela, assumidamente lésbica, conta que sempre foi de se posicionar e defende o que considera certo e justo.>
Eu estou omitindo, porque já foi dito, e agora estou colocando numa forma estética e concentrada, argumenta.>
MÚSICA E MILITÂNCIA>
Mesmo com pessoas mais conservadoras dizendo que ela estaria se privando ao segmentar demais o público, Gabriela argumenta que esse é seu o jeito de ser. A verdade é que eu não sei compor sem militar, reconhece, entre risos.>
Essa característica fica clara em composições como Bonito É o Quê?, primeira faixa do disco. Previamente lançada como single, a canção tem uma mensagem bem clara sobre empoderamento feminino (Me ensinaram que era feio ela e o corpo dela/ Feio ser a chave pra abrir a própria cela/ Feio ser pincel pintar a própria tela/ Então bonito é o quê?).>
Entre as inéditas, em Incêndios, a segunda faixa, Gabriela mantém o discurso bastante explícito (Alma velha não abre as alas às pernas das moças que querem passar) mesmo em uma baladinha RnB. Já em outras, como Abelha Rainha e Lira, a cantora descreve o amor por outra mulher. Meu trabalho sempre vai encontrar a militância, mesmo que nessa forma sutil, zeugma, conclui.>
SHOW>
Para o show de terça, Gabriela confessa que haverá surpresas envolvendo outras formas de arte, além de contar com algumas versões de clássicos no repertório. A cantora pretende também viajar com o disco. Quero fazer shows no Espírito Santo e fora também. Quero circular pelo Interior do Estado, finaliza.>
Para o dia 29 deste mês, no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, está o lançamento do clipe da última faixa de Zeugma, Garota, Tô No Céu. Em processo de produção, o clipe tem a direção de Tatiana Rabelo.>
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