Publicado em 13 de julho de 2020 às 08:00
A segunda-feira (13 de julho), oficialmente, é dia de rock, bebê! A data surgiu após o Festival Live Aid, que ocorreu em 1985, reunindo grandes nomes do rock, como Queen, U2, e David Bowie. O evento foi feito com o objetivo de arrecadar fundos para ajudar as pessoas com fome na Etiópia. Durante a ocasião, o vocalista da banda Genesis, Phill Collins, intitulou o dia 13 de julho como o Dia Mundial do Rock. Desde então, no Brasil, a data ficou marcada pelos fãs do ritmo.
O rock and roll surgiu no final da década de 40, nos Estados Unidos, e agitou o mundo com suas guitarras elétricas. Popularizado por Elvis Preslley, o gênero já existia antes mesmo do conhecido como Rei do Rock, tendo a sua origem na cultura negra. Blues, R&B e o gospel, foram alguns dos ritmos de fizeram surgir a mistura que conhecemos como rock. Suas origens são retratadas em imagens e textos em livros importantes para a história cultural da música.
INSPIRAÇÃO
Rockabilly, grunge, punk, metal, garage, psicodélico, glam, hard, heavy, alternativo, new wave são estilos do gênero que possui uma história de enorme riqueza. A jornalista e cantora Tatiana Wuo, que já foi apresentadora do programa Em Movimento na TV Gazeta, vê o gênero como um estilo de vida. É música, mas tem um jeito de ser, tem atitude, reflete a jornalista que já escreveu para a revista musical Rolling Stones.
Atual componente do Duo Wuo, dupla que canta folk, Tati afirma respirar música desde muito nova. Ela, que já fez parte de diferentes bandas, entre elas a Crivo, tem como referências no rock nomes como: Beatles, Elvis, Janis, Black Sabbath, Queen, Blondie, Dylan, Rita Lee, Titãs, Paralamas e outros vários.
Sua profissão e a paixão pelo rock fizeram de Wuo uma leitora voraz, tendo um acervo de livros sobre o tema. Amo biografias. Acho que a história do rock é feita de grandes bandas e grandes artistas, todos com histórias interessantíssimas, pontua.
Uma das indicações de Tati para entender um pouco mais do mundo do rock é o livro Paz, amor e Sgt Pepper, que conta os bastidores da gravação do disco dos Beatles, pela versão do George Martin.
No Espírito Santo, o gênero também chegou com sua rebeldia, vontade por mudança e som alto. Essa história pode ser conferida no livro Rockrise - A História de uma Geração Que Fez Barulho no Espírito Santo (2012), do jornalista, escritor e baterista José Roberto Santos Neves.
Em sua obra, Neves explora o passado do gênero nas terras capixabas, indo das bandas dos anos 60 aos anos 90. O enfoque ficou na década de ouro do rock, os anos 80, quando o ritmo era hegemônico e movimentava a cena cultural nacional.
Foram quatro anos de pesquisa para a elaboração do livro, com mais de 70 entrevistas, incluindo conversas com bandas, produtoras, jornalistas e uma reconstrução histórica fotográfica. O autor conta que o nome Rockrise surgiu a partir da canção homônima da banda de metal Thor, um dos grupos explorados nas 404 páginas do livro.
Outras bandas retratadas na narrativa foram: Mamíferos; The Bats; Les Enfants; e Pó de Anjo. Cada grupo à sua época, fizeram parte de diferentes tribos do rock.
Neves explica que sua motivação para entrar nessa busca histórica foi a vontade de mudar o fato das pessoas desconhecerem as referências musicais do rock no ES. "Estava uma história restrita somente a quem viveu a época", comenta o escritor.
Quem leu a obra e indica a leitura é Serjão Nascimento. "Indico porque faço parte dessa história, seja como radialista ou vocalista", relata o radialista, que nasceu em Belém do Pará mas cresceu em Brasília, tendo vivido fortes experiências com o rock na Capital do país antes de fazer história no ES com a banda Lordose Para Leão.
Além do livro de José Roberto, Serjão destaca "O Diário da Turma 1976-1986: História do Rock de Brasília", de Paulo Marchetti, para aprender um pouco sobre a formação do rock no país e sua "rebeldia". "O livro sobre a história do rock de Brasília, indico porque descreve o momento em que eu morava na Capital Federal, muito dos lugares por onde passei e dos shows que vi na adolescência estão ali", comenta ele, citando outro livro.
"Indico ainda o 'João Gordo: Viva La Vida Tosca', do André Barcinski, porque é interessante mesmo, fez parte de movimentos importantes, esteve com pessoas relevantes da história do Rock nacional e internacional", detalha.
Não precisa nem falar que a paixão pelo ritmo foi mola propulsora para ele dedicar a carreira a falar de música. Serjão conta que ao lançar o programa Rock por essas bandas, na Rádio Universitária, em 1993, onde levava ao público grupos autorais e suas produções, acabou por desencadear toda uma cadeia produtiva.
Shows do gênero ocorriam na Universidade Federal do Espírito Santo e a movimentação autoral chegou na Rua da Lama. Além disso, outras rádios passaram a falar da música produzida no Estado.
Hoje, para ele, o rock na atualidade já não é mais instrumento de reivindicação como antes. Acho que o movimento rock and roll hoje dá mais voz ao pensamento conservador, explica, desejando que o gênero volte a ser um ativo de mudança social.
O rock para mim sempre foi sinônimo de liberdade e inconformismo, de contestação, ressalta José Roberto, que também comenta sentir a produção musical do gênero vazia na atualidade, não estando mais ligado ao protesto pela democracia e liberdade, com exceção de poucos lugares em que existem artistas que ainda adotam essa postura.
José Roberto dos Santos Neves
Jornalista, escritor e bateristaNesse Dia Mundial do Rock, seria importante de repente retomar uma agenda mais relevante, que ele celebrasse mais uma vez a ajuda, com essa pandemia. Não tem momento melhor para se praticar solidariedade, que seja em nome do Rock and Roll, comenta Serjão sobre o que desejaria para o 13 de julho de 2020, conectando a realidade do novo coronavírus e a origem da data comemorativa na ajuda ao próximo.
Se a história do rock, seus artistas e estilos te fascina, o Divirta-se fez uma lista com mais livros que falam sobre esse ritmo musical. Confira abaixo.
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