Publicado em 10 de abril de 2019 às 21:39
Se estivesse vivo, o músico Chorão, vocalista do lendário grupo santista Charlie Brown Jr., teria completado 49 anos de idade nesta semana. Para homenagear o legado de Chorão, a canção Zóio de Lula, um hit da banda, ganhou uma nova versão recém-lançada.
A faixa foi divulgada em um EP na última terça-feira, dia 9, com a participação de Marcelo D2, da banda de reggae Maneva, Nação Zumbi e do rapper brasiliense Hungria. A regravação foi produzida pelo músico Marcelo Lobato, tecladista da banda O Rappa.
Junto dela, na mesma mídia, saiu também nas plataformas de streaming a canção original, gravada no álbum Preço Curto... Prazo Longo (1999) e responsável por levar a banda caiçara ao topo das paradas de sucesso nas rádios do país.
A parceria é, além de tudo, bastante simbólica. Tanto o Planet Hemp, comandado por Marcelo D2, quanto Chico Science & Nação Zumbi foram influências diretas nos primeiros passos da banda santista na década de 1990, quando o Charlie Brown Jr. despontou no cenário musical brasileiro. A banda de Chorão chegou a abrir um show do Planet no Guarujá, no litoral paulista, bem no início da carreira.
Já o Maneva e o rapper Hungria não chegaram a conhecer Chorão pessoalmente, mas foram influenciados por sua obra.
Identificação
Segundo Tales de Polli, vocalista do grupo Maneva, a ideia de reunir os músicos partiu da gerência artística da Universal Music e foi prontamente abraçada por todos os envolvidos.
Nós topamos na hora. No caso do Maneva, o Charlie Brown ainda é uma das influências. A banda faz parte da nossa formação, musicalmente falando. Nós ouvimos e tocamos muito Charlie Brown ao longo dos anos, eu cheguei a ir a alguns shows deles quando era adolescente. Sempre nos identificamos muito por conta da atitude, da identidade dele, conta.
Para o músico, o intercâmbio entre artistas de diferentes gêneros é sempre válido e enriquecedor, principalmente quando a união se dá em torno de um ícone da música, como é o caso de Chorão, responsável por influenciar muito mais que apenas uma geração.
É como se o Maneva estivesse dentro do Charlie Brown, o D2 dentro do Charlie Brown, o Nação Zumbi, o Hungria... Para a gente, é uma grande honra estar com pessoas que a gente admira tanto. O Lobato também foi muito feliz na produção, ficamos muito felizes em fazer isso, porque foi um sentimento muito verdadeiro. Enquanto músico, é muito bom fazer algo de verdade, desse jeito, com essa emoção, ressalta.
Tales faz questão de ressaltar que a contribuição de Chorão atravessa gêneros musicais, gerações e obras. O corpo perece, mas a música, as ideias, as verdades permanecem eternamente. Ele nos deixou essa questão da autenticidade, de não escrever letras a esmo, de falar com a alma e o coração. É um legado para o mundo, para a música, conclui.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta