O arco inicial da segunda temporada de Justiceiro (Punisher), disponível na Netflix desde a última sexta-feira, é promissor: moldado na violência, o personagem tenta seguir em frente com sua vida, mesmo que sem um destino, mas acaba no meio de uma grande confusão que não lhe diz respeito. Em um bar de beira de estrada, no qual nem deveria estar, encontra uma jovem (Giorgia Whigham) perseguida por um grupo de assassinos profissionais. Apesar de relutante, Frank Castle intervém e dá início a uma ótima sequência de ação.
Esse primeiro arco dura três episódios que servem para apresentar novos personagens e oferecem uma dinâmica diferente o ambiente urbano do personagem dá espaço ao interior dos EUA e seus tipos únicos. É possível perceber a influência de Logan (ou do jogo The Last of Us, se preferir), com a presença do anti-herói relutante ao lado de uma jovem rebelde, e de séries como Justified e Banshee, tudo pontuado por muita ação, ótimas coreografias e bastante violência gráfica.
Ao mesmo tempo que fecha esse arco, a série retoma a trama da primeira temporada. Em Nova York, Billy Russo se recupera da surra que ele levou de Frank; sem memória e com uma máscara, ele tem pesadelos com uma certa caveira misteriosa... Billy está prestes a se tornar o vilão Jigsaw (Retalhos, nas HQs brasileiras).
O objetivo de Justiceiro é deixar o velho Frank Castle para trás ele, afinal, se vingou dos responsáveis pela morte de sua família, mas algumas escolhas do passado retornam para cobrar seu preço.
VILÕES
A segunda temporada funciona bem quando foca no arco do misterioso novo vilão, John Pilgrim (Josh Stewart), um fanático religioso disposto a matar quem ficar entre ele e Amy, a tal jovem misteriosa. Por outro lado, tudo o que envolve o núcleo urbano e Billy Russo se estende demais, o que nos leva a outro problema: o número de episódios. Tal qual todas as outras séries da quase finada parceria Marvel/Netflix, Justiceiro sofre para conferir urgência e relevância para 13 episódios.
Apesar disso, a trama tem bons momentos. É possível traçar, por exemplo, um paralelo entre Castle e Pilgrim, dois homens que não conseguem se livrar de seus passados. Ironicamente, o roteiro prefere gastar tempo com personagens antigos a desenvolver novas tramas e novos personagens, mesmo que tenha episódios de sobra para isso. O resultado final é satisfatório, bem acima da média das séries da parceria Marvel/Netflix Demolidor continua sendo a mais interessante.
Justiceiro se encerra de maneira grandiosa, finalmente levando às telas o personagem dos quadrinhos e com John Bernthal cada vez mais confortável com o fardo de Frank Castle; as duas temporadas (e o arco em Demolidor) funcionam como uma excelente história de origem para o personagem que encerra sua jornada pessoal, mas percebe que, à sua maneira, é necessário. Com isso em mente, é de se lamentar que é bem provável que, ao final do 13º episódio, tenhamos visto o Justiceiro de Bernthal pela última vez o cancelamento da série é o caminho mais provável.
A despedida ao menos funciona. Apesar das derrapadas, a segunda temporada de Justiceiro tem ótimas cenas de ação e uma boa jornada de transformação para o personagem.
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