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Crítica: Segunda temporada de 'Justiceiro' é pura ação

Crítica: Segunda temporada de "Justiceiro" é pura ação

Provável despedida da série tem Frank Castle lutando contra seu passado, mas esbarrando em novos problemas

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 23:18

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Segunda temporada de "Justiceiro". (Cara Howe/Netflix)

O arco inicial da segunda temporada de “Justiceiro” (“Punisher”), disponível na Netflix desde a última sexta-feira, é promissor: moldado na violência, o personagem tenta seguir em frente com sua vida, mesmo que sem um destino, mas acaba no meio de uma grande confusão que não lhe diz respeito. Em um bar de beira de estrada, no qual nem deveria estar, encontra uma jovem (Giorgia Whigham) perseguida por um grupo de assassinos profissionais. Apesar de relutante, Frank Castle intervém e dá início a uma ótima sequência de ação.

Esse primeiro arco dura três episódios que servem para apresentar novos personagens e oferecem uma dinâmica diferente – o ambiente urbano do personagem dá espaço ao interior dos EUA e seus tipos únicos. É possível perceber a influência de “Logan” (ou do jogo “The Last of Us”, se preferir), com a presença do anti-herói relutante ao lado de uma jovem rebelde, e de séries como “Justified” e “Banshee”, tudo pontuado por muita ação, ótimas coreografias e bastante violência gráfica.

Ao mesmo tempo que fecha esse arco, a série retoma a trama da primeira temporada. Em Nova York, Billy Russo se recupera da surra que ele levou de Frank; sem memória e com uma máscara, ele tem pesadelos com uma certa caveira misteriosa... Billy está prestes a se tornar o vilão Jigsaw (Retalhos, nas HQs brasileiras).

O objetivo de “Justiceiro” é deixar o velho Frank Castle para trás – ele, afinal, se vingou dos responsáveis pela morte de sua família, mas algumas escolhas do passado retornam para cobrar seu preço.

VILÕES

A segunda temporada funciona bem quando foca no arco do misterioso novo vilão, John Pilgrim (Josh Stewart), um fanático religioso disposto a matar quem ficar entre ele e Amy, a tal jovem misteriosa. Por outro lado, tudo o que envolve o núcleo urbano e Billy Russo se estende demais, o que nos leva a outro problema: o número de episódios. Tal qual todas as outras séries da quase finada parceria Marvel/Netflix, “Justiceiro” sofre para conferir urgência e relevância para 13 episódios.

Segunda temporada de "Justiceiro". (Cara Howe/Netflix)

Apesar disso, a trama tem bons momentos. É possível traçar, por exemplo, um paralelo entre Castle e Pilgrim, dois homens que não conseguem se livrar de seus passados. Ironicamente, o roteiro prefere gastar tempo com personagens antigos a desenvolver novas tramas e novos personagens, mesmo que tenha episódios de sobra para isso. O resultado final é satisfatório, bem acima da média das séries da parceria Marvel/Netflix – “Demolidor” continua sendo a mais interessante.

“Justiceiro” se encerra de maneira grandiosa, finalmente levando às telas o personagem dos quadrinhos e com John Bernthal cada vez mais confortável com o fardo de Frank Castle; as duas temporadas (e o arco em “Demolidor”) funcionam como uma excelente história de origem para o personagem que encerra sua jornada pessoal, mas percebe que, à sua maneira, é necessário. Com isso em mente, é de se lamentar que é bem provável que, ao final do 13º episódio, tenhamos visto o Justiceiro de Bernthal pela última vez – o cancelamento da série é o caminho mais provável.

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A despedida ao menos funciona. Apesar das derrapadas, a segunda temporada de “Justiceiro” tem ótimas cenas de ação e uma boa jornada de transformação para o personagem.

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