Publicado em 3 de junho de 2019 às 18:23
Após o ataque nuclear em Hiroshima e Nagasaki pelas mão do governo americano no fim da Segunda Guerra, em 1945, o Japão nunca mais foi igual. Mesmo conseguindo reconstruir ambas as cidades e se restaurar como nação, o bombardeio marcou profundamente tanto a identidade do povo japonês quanto a cultura nipônica.>
Seja no mangá Akira, de 1982, ou no anime de 1988 Túmulo dos Vagalumes, o terror nuclear se entranhou na cultura popular japonesa, e talvez a maior representação disso seja o monstro Gojira, que nos Estados Unidos foi traduzido para Godzilla.>
Fazendo sua primeira aparição em 1954, o monstro fez tanto sucesso que criou um gênero cinematográfico próprio, os tokusatsu. Sendo abreviado do japonês "tokushu kouka satsuei", o termo significa filmes de efeitos especiais", são obras com orçamentos maiores que contam com muitos efeitos visuais, algo que no mercado americano se assemelha aos blockbusters.>
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De volta ao Japão, esse gênero deu origem a vários produtos que fizeram parte da infância de diversos brasileiros, como o Kamen Rider, Ultraman, Jaspion e os Super Sentai (que no mercado americano foram chamados de Power Rangers). Mesmo abrindo a porta para diversas outras produções, o Godzilla não ficou ofuscado pelos outros tokusatsus. O monstrão ganhou mais de 30 filmes desde sua primeira aparição.>
Em 1998, o Rei dos Monstros chegou em Hollywood. Ganhando um filme desastroso pelas mãos do diretor de Independence Day, Roland Emmerich, o longa fez algum sucesso nas bilheterias, mas a obra foi odiado pelos críticos e fãs do monstro. Ambos reclamaram da falta de fidelidade aos filmes originais e do roteiro que estimulava a vergonha alheia.>
Em 2014 veio a redenção, dessa vez comandado pelo iniciante Gareth Edwards, Godzilla apresentou o Rei dos Monstros não só como uma metáfora para terror nuclear, mas como a simbologia do fim do mundo, remetendo assim, ao longa de 1954. Tendo uma aura de filme de desastre, a obra foi criticada na época de lançamento por ter poucas lutas entre monstros e um arco humano fraco.>
O FILME>
Agora em 2019, chegou aos cinemas a continuação do longa de 2014. Godzilla II: O Rei dos Monstros consegue ser superior ao seu antecessor mesmo possuindo alguns dos mesmos problemas. Pois mesmo contando com bons atores como Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown e Ken Watanabe, os personagens continuam desinteressantes, esquecíveis e sendo usados apenas para verbalizar exposição barata.>
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Mesmo assim, quem vai assistir a um filme do Godzilla, vai pelas lutas entre monstros, e nessa parte o diretor Michael Dougherty acertou em cheio. A computação é impecável, dando textura e peso não só ao Godzilla, mas também às criaturas clássicas como Ghidorah, Rodan e Mothra. >
No final, Godzilla: O Rei dos Monstros entrega o que promete: ótimas lutas entre monstros gigantes. Quem for assistir esperando algo diferente disso, provavelmente está entrando na sala de cinema com a expectativa errada. >
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Confira o trailer>
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