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Colatina realiza primeiro evento teste com "cercadinho" e distanciamento social

Colatina realiza primeiro evento teste com "cercadinho" e distanciamento social

Apresentação, realizada no domingo (13), contou com 250 pessoas, e soa como um recomeço para um setor em crise por conta da pandemia da Covid-19

Publicado em 16 de junho de 2021 às 10:29

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Show do grupo Pele Morena em Colatina, na tarde do último domingo (13)
Show do grupo Pele Morena em Colatina, na tarde do último domingo (13). (Leo Produções)
Gustavo Cheluje
Repórter do Divirta-se / [email protected]

Impossibilitados de promover grandes eventos há praticamente um ano e meio - por conta da pandemia da Covid-19 -, produtores culturais do Espírito Santo resolveram agir, testando fórmulas e alternativas para manter a cena cultural em atividade. No último domingo (13), Colatina, cidade do Noroeste do Estado, promoveu um evento teste, com apresentações para um público reduzido, mantendo o distanciamento social e respeitando os protocolos sanitários exigidos pelo Governo do Estado. Lembrando que, no Mapa de Risco divulgado pelo governador Renato Casagrande (PSB) na última semana, o município encontra-se em risco baixo para a Covid-19, o que possibilita cerimônias com até 300 pessoas.

Organizado pelo produtor cultural Léo Caetano e com supervisão da Vigilância Sanitária municipal, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, o show do grupo Pele Morena aconteceu em um cerimonial da cidade, reunindo cerca de 250 pessoas. Para manter o isolamento social, a produção - que contou com cerca de 36 funcionários - dividiu a plateia em baias com dez ou seis pessoas separadas por barras de ferro, sempre mantendo o "círculo social".

Somente poderiam ingressar em cada um dos 47 "cercadinhos", que contavam com mesas e cadeiras, membros da mesma família ou amigos próximos, que mantém convivência diária. 

Apresentação em Colatina contou com baias para 10 e 6 pessoas, com espaçamento, seguindo as normas sanitárias contra a Covid-19
Apresentação em Colatina contou com baias para 10 e 6 pessoas, com espaçamento, seguindo as normas sanitárias contra a Covid-19. (Leo Produções)

"Foi um evento teste. Protocolamos o projeto na prefeitura do município. As pessoas poderiam tirar as máscaras para consumir, dentro do cercadinho. Para ir ao banheiro, somente usando máscaras, e a circulação entre baias não era permitida. Além disso, disponibilizamos álcool em gel em todas as mesas e foi aferida a temperatura de todos, na entrada. Seguimos as exigências e protocolos sanitários à risca", informa Léo Caetano, completando que somente os funcionários, devidamente protegidos com máscaras e face shield, tiveram contato com o público, principalmente para a venda de bebidas.

"Seguimos as mesmas normas de segurança aplicadas aos restaurantes. Tivemos todo o cuidado, pois o cerimonial tem capacidade de receber 1950 pessoas e vendemos apenas 250 convites. Antes, durante e depois do evento, houve fiscalização da Vigilância Sanitária de Colatina, que trabalhou em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.  Eles fizeram várias vistorias para saber se as normas sanitárias estavam sendo respeitadas. Ocorreu tudo tranquilamente. Começamos às 16h e encerramos às 22h".

Mesmo com o sucesso do encontro, uma espécie de luz no fim do túnel para um setor que tenta vencer a forte crise imposta pelos 17 meses de inatividade, Léo Caetano afirma ainda não ter certeza se continuará promovendo eventos do gênero. 

"Tivemos o apoio de quatro cerimoniais, mas ainda estamos fazendo um balanço do investimento aplicado. Por conta da estrutura e da logística, eventos desse porte são muito caros, com uma pequena margem de lucro. Mas, de qualquer forma, é uma maneira do setor sair da inércia. Precisamos nos reinventar",  enfatiza.

ESTÍMULO

Diretor regional da Associação Brasileira dos Promotores de Evento no Espírito Santo (Abrape-ES), Pablo Pacheco vê com bons olhos iniciativas como a promovida em Colatina no último fim de semana. 

"É um pequeno passo para o recomeço do setor, enquanto esperamos o avanço cada vez maior da vacinação para ampliarmos as nossas atividades. Houve toda uma preocupação para manter o distanciamento social e seguir as rígidas normas sanitárias. Claro que esse tipo de evento só é possível em cidades que se encontram em risco baixo para a Covid-19", explica.

Venício Padilha, coordenador da Vigilância Sanitária de Colatina, afirmou que a iniciativa contou uma rígida fiscalização do município.

"O produtor entrou em contato conosco, protocolando um protótipo de como seria o show, incluindo um desenho da estrutura física. Ele inovou, pois optou pelo diferencial, ao separar cadeiras e mesas em baias, isoladas por estruturas metálicas. Para sair do papel, o projeto precisou também do aval da Procuradoria Municipal de Colatina", explica, dizendo que, para o próximo fim de semana, outro show nos mesmos moldes já foi protocolado na prefeitura.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA), para confirmar se, mesmo com Colatina estando em risco baixo para Covid-19, esse tipo de evento está liberado, como também como fica a fiscalização das medidas sanitárias obrigatórias. O órgão respondeu, por meio de nota.

"A Secretaria da Saúde (Sesa) informa que a Portaria 013-R trata das medidas qualificadas para o enfrentamento da emergência de saúde pública em âmbito estadual decorrentes do novo coronavírus (Covid-19) e abrange as medidas a serem adotadas em cada nível de risco, com base no mapeamento de risco instituído pelo Decreto nº 4636-R, de 19 de abril de 2020. Esclarece que as fiscalizações são realizadas pelos municípios e que a Vigilância Estadual apoia sempre que solicitada".

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