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Para professores, segunda prova do Enem foi cansativa e conceitual

Para professores, segunda prova do Enem foi cansativa e conceitual

Análise foi feita pela equipe do Colégio Salesiano

Publicado em 10 de novembro de 2019 às 20:45

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O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi considerado desafiador, cansativo e conceitual para professores. Ao todo, cada disciplina de Ciências da Natureza e Matemática ocupou cerca de um terço da prova. A maior parte das questões de Biologia, Matemática, Física e Química necessitavam de equações para serem solucionadas, havendo poucas perguntas de interpretação de texto. Confira abaixo a avaliação dos professores do Colégio Salesiano no segundo dia de prova. 

Para o professor de Física, Leonardo Gama, a avaliação foi cansativa e desafiadora, mas não saiu do contexto do que era esperado. Em termo de conteúdo, ele conta que não houve surpresa em comparação às provas dos anos anteriores.

"Não era uma prova de interpretação total, era bem conceitual. Em Física foram cinco questões de mecânica, três de termologia, três de ondulatório e ótica e três de eletricidade e magnetismo. Vimos temas do cotidiano e outros mais formais. Pelo menos metade da prova exigia equações. As questões que envolviam cálculo não eram diretas, precisando de mais de uma equação para chegar ao resultado. Isso torna a prova ainda mais desafiadora, bem parecida com os anos anteriores", disse 

A professora Cristina Camargo Leide, de Biologia, contou que, ao longo dos anos, as avaliações possuem uma característica em comum: o grande número de questões de ecologia. Neste ano, das 14 perguntas, 5 eram sobre o tema. Na avaliação da profissional, a prova foi conceitual. Para ela, a questão mais difícil falava sobre respiração celular.

"As questões de Biologia não eram muito difíceis, mas como a prova inclui Ciência da Natureza e Matemática, acaba se tornando difícil no geral. A avaliação exigia bons conhecimentos em Biologia. Vimos assuntos que frequentemente caem, como vacinas, soros, imunização, anatomia e fisiologia humana. E esse ano tivemos ainda temas como botânica e evolução das plantas, que não são difíceis, mas como normalmente não caem em provas, acabam tornando-se. Foi uma prova boa e sem grandes mudanças", analisou. 

O professor Fernando Furlan, de Química,  achou a prova mais exausta e desgastante, especialmente por haver matemática. Ele citou a questão onde era apresentado o problema de um feijão com excesso de sal, onde batatas eram utilizadas como resolução. Para o profissional, as perguntas que envolviam o cotidiano das pessoas ajudaram o aluno, mas não fizeram com que a prova fosse mais fácil.

"Não era uma prova fácil e sim conceitual, como nos últimos anos. Um exemplo é a questão sobre a garrafa pet, onde foi perguntado como se daria a degradação do material e o reagente presente. A questão era boa, mas em termo de conceito matemático tinha nível nível difícil e complexo. Mas quem se preparou e trabalhou reações orgânicas poderia resolver numa boa", afirmou. 

Já o professor de Matemática, Luciano Fonseca, contou que um terço das questões era de nível fácil para o aluno que se preparou minimamente, havendo inclusive questões de ensino fundamental, como divisão proporcional. Para ele, poucas questões tinham perguntas diretas, tendo a maioria a necessidade de fazer cálculo ou análise particular, aumentando o nível de dificuldade e preocupação do aluno em chegar ao resultado final.

"Isso (a falta de perguntas diretas) pode ter tirado a concentração de alguns alunos. Em relação ao ano passado, a prova foi mais trabalhosa. Houve temas do cotidiano, como aplicativos de relacionamento. Além de muito cálculo e raciocínio, o que torna a prova mais cansativa, dando a sensação de ser mais difícil", disse.

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