
Os condutores de veículos precisam temer a lei. Só assim essa carnificina diária em ruas, avenidas e rodovias tem a chance de ser plenamente combatida e vencida. Fazer ultrapassagem em faixa contínua, invadir deliberadamente a contramão... mais do que imprudências, são infrações graves às leis de trânsito, que colocam pessoas em perigo e, como se constata com uma frequência inadmissível, matam gente demais.
No fim de semana, dois acidentes em rodovias federais no Espírito Santo tiveram essa dinâmica. Na BR 262, em Marechal Floriano, um ônibus na contramão colidiu com uma motocicleta, matando o seu condutor, no domingo (2). Um dia antes, na BR 101, em Rio Novo do Sul, o motorista de um Chevrolet Prisma também invadiu a contramão, matando um casal que estava em uma moto.
Multa, fiscalização, câmeras, radares, presença da Polícia Rodoviária Federal. São essas ações combinadas, efetivamente colocadas em prática, que podem começar a reduzir tantas infrações de trânsito nas estradas. Ultrapassagem indevida não é acaso, é uma aposta imprudente de quem está ao volante que exige formas mais eficazes de repressão. Não está dando mais para contar somente com o bom senso dos motoristas.
Somente neste mês de janeiro, foram 10 mortes nas rodovias federais que cortam o Estado. Houve no período o registro de 170 acidentes, sendo 48 deles considerados graves. Nos dois acidentes deste fim de semana, não houve explicações sobre o que houve com os motoristas. Na ocorrência da BR 101, o motorista fugiu sem prestar socorro. No caso da BR 262. a empresa responsável pelo ônibus lamentou o acidente, mas não deu mais informações sobre a conduta do motorista.
Não custa repetir que no ano passado, pela primeira vez na série histórica, houve mais mortes em acidentes de trânsito do que homicidios no Espírito Santo. Mortes que não podem ser banalizadas, e é importante que já haja uma reação organizada do governo do Estado para o enfrentamento dessa violência.
Mesmo nas estradas federais, as medidas para maior segurança viária passam também pela esperada duplicação, o que pode reduzir drasticamente esses acidentes que envolvem ultrapassagem indevida. Mas, acima de tudo, o que vai mesmo transformar essa realidade tão trágica é incutir na cabeça dos motoristas o peso de sua responsabilidade no trânsito. Educação desde cedo faz a diferença, mas fiscalização e punição também têm peso educativo quando ela falta.
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