Fentanil: denúncias de hospitais são essenciais no combate ao tráfico

No Brasil, o consumo desses opióides ainda não é alarmante, mas as apreensões recentes, inclusive no Espírito Santo, mostram que o desvio de uso do medicamento, adicionado a outras drogas por traficantes, parece estar avançando

Publicado em 01/02/2024 às 01h00
Droga
Fentanil está sendo desviado de hospitais. Crédito: Ari Melo/TV Gazeta

A Polícia Federal prendeu, nesta semana, um técnico em enfermagem de 29 anos, suspeito de furtar ampolas de fentanil do Hospital da Associação dos Funcionários Públicos do Espírito Santo, no Centro de Vitória. Uma investigação que só foi possível porque o hospital fez uma denúncia, após constatar a falta de 400 ampolas no estoque, sem prescrição de retirada.

Droga que vem protagonizando uma crise de saúde pública nos Estados Unidos, o fentanil é um medicamento anestésico considerado 50 vezes mais viciante que a heroína e 100 vezes mais forte do que a morfina. No Brasil, o consumo desses opióides ainda não é alarmante, mas as apreensões recentes, inclusive no Espírito Santo, mostram que o desvio de uso do medicamento, adicionado a outras drogas por traficantes, parece estar avançando. 

O Estado foi, inclusive, cenário da primeira apreensão da droga no país, em fevereiro de 2023, quando foram encontrados 31 frascos em uma base do tráfico na zona rural de Cariacica. Nos seis meses seguintes, houve mais duas apreensões, ambas em agosto: 41 ampolas com fentanil foram apreendidas no Bairro da Penha, em Vitória; em Rio Novo do Sul, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) encontrou o medicamento com uma mulher. 

Em meio a essas apreensões pontuais, o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda explicou que o fentanil está sendo desviado de hospitais. Os holofotes sobre a droga, muito provavelmente, fizeram crescer a demanda e é bem possível que esses furtos se tornem mais comuns. Um dos maiores riscos para o país, segundo especialistas, é o crescimento da comercialização de drogas turbinadas com o fentanil, já que não há um histórico de epidemia de dependência de opióides.

Os hospitais, diante dessa "novidade", devem aprimorar os protocolos de controle de saída desses medicamentos. Vale tanto para a rede privada, quanto a pública. E os desvios devem ser prontamente denunciados à polícia, para que investiguem possíveis crimes. Medicamentos com potencial viciante devem sempre estar cercados de segurança.

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