BR 262: deslizamento é alerta por mais segurança na rodovia

A remodelação da BR 262, mais que urgente, precisa contemplar também esses planos de contingência para impedir os deslizamentos e os danos à estrutura viária

Publicado em 30/01/2024 às 01h00
Br 262
Carros são atingidos por deslizamento de terra na BR 262 em Domingos Martins. Crédito: PRF

Pode-se dizer que os oito veículos atingidos pelo deslizamento de terra no quilômetro 89 da BR 262, perto de Aracê, em Domingos Martins, apesar das possíveis perdas materiais, escaparam de uma tragédia, já que não houve vítimas. 

Principalmente diante da cena descrita por Rosivaldo Antunes de Oliveira, de 59 anos, cujo veículo foi atingido: "Tinha dois carros na frente e a terra caiu neles, um foi arrastado pela lama, o outro freou, eu freei do lado. Tinha outro carro no sentido contrário e veio na nossa direção, voou por cima da lama e atingiu o nosso". 

Mas não se pode contar sempre com a sorte. A ocorrência deste domingo (28) mostrou o quanto as chuvas podem trazer perigo a quem trafega pela rodovia, sobretudo pelas características da via, construída na encosta. E não cabe a justificativa de que os eventos climáticos sejam imprevisíveis: para começar, eles não são e eventualmente vão ocorrer; para terminar, porque é preciso se preparar para o pior.

Seguem as expectativas pela duplicação da BR 262, que entrou no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), mas o projeto ainda está em fase de elaboração. A novela, que atravessou a última década, está chegando à metade desta atual com esse alerta, por mais segurança. Um plano de contenção das encostas, diante de chuvas cada vez mais volumosas, é imprescindível para impedir a ocorrência de deslizamentos.

BR 262
Imagem de drone da BR 262, entre Viana e Domingos Martins, em novembro de 2019. Crédito: Luciney Araújo/TV Gazeta/Arquivo

Em 2019, o mês de novembro foi bastante chuvoso, e imagens de drone feitas pela TV Gazeta mostraram os desenhos dos deslizamentos ao longo da estrada, entre Viana e Domingos Martins. Na época, um monitoramento do Departamento Nacional e Infraestrutura de Transporte (Dnit) no Espírito Santo apontou que um trecho de 15 quilômetros havia registrado 52 quedas de barreira, sendo 16 delas consideradas graves. Esse tipo de levantamento, com planos de ação para as áreas de instabilidade, precisa ser permanente.

A remodelação da BR 262, mais que urgente, precisa contemplar também esses planos de contingência para impedir os deslizamentos e os danos à estrutura viária. Só assim será possível evitar uma tragédia.

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