Publicado em 8 de agosto de 2025 às 19:19
RIO DE JANEIRO - A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta sexta-feira (8) que o retorno da empresa ao segmento de distribuição tem o objetivo de capturar margens na venda de combustíveis que terão crescimento de oferta nos próximos anos, como diesel e gás de cozinha.>
A executiva disse, porém, que ainda não há hoje na mesa nenhum projeto de aquisição de empresas do setor. A aprovação do retorno à distribuição pelo conselho nesta quinta-feira (7), afirmou, tem apenas o objetivo de "deixar portas abertas".>
"As margens dos nossos produtos precisam ser capturadas", afirmou ela, em teleconferência com analistas. "Temos produtos que vão ter produção crescente e, se for um bom negócio para a companhia, se for lucrativo e se tiver atratividade, por que não exercer mais essa sinergia?">
A proposta de volta à distribuição foi motivo de preocupação de analistas durante a conferência para explicar o lucro de R$ 26 bilhões registrado pela empresa no segundo trimestre. Há preocupações com a possibilidade de destinação de investimentos para projetos menos rentáveis.>
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Nos últimos meses, tanto Magda quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) têm reclamado que a estatal perdeu seu poder de regulação de preços após a venda de suas subsidiárias de distribuição de combustíveis, BR, e de gás de cozinha, Liquigás, pelo governo Jair Bolsonaro.>
No comunicado divulgado na quinta (7), a empresa focou a proposta de retorno à distribuição no mercado de gás de cozinha, já que tem uma cláusula de não competição com a Vibra na venda de combustíveis líquidos como gasolina e diesel até 2029.>
"Não há nenhuma discussão na empresa sobre não cumprir essa cláusula", disse o diretor Financeiro Fernando Melgarejo.>
Magda explicou que a produção de gás de cozinha da companhia cresce com o início das operações, este ano, da unidade de processamento de gás natural do Complexo Boaventura, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.>
A unidade processa gás trazido do pré-sal pelo novo gasoduto Rota 3, inaugurado em 2025. Conhecido tecnicamente como GLP (gás liquefeito de petróleo), o gás de cozinha é uma das frações retiradas do gás natural.>
O diretor de Comercialização, Logística e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse a analistas que a estatal já começou a buscar grandes clientes industriais para GLP, inaugurando uma nova frente de venda direta de combustíveis.>
"A Petrobras já vem atuando no sentido de ser a melhor opção para o cliente, o que significa ter o preço competitivo e ter disponibilidade do produto na medida em que for demandado", afirmou.>
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