Publicado em 12 de julho de 2025 às 16:26
Produtos importados da União Europeia e do México enfrentarão uma tarifa de 30% dos EUA a partir de 1º de agosto, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em cartas publicadas em suas redes sociais neste sábado (12).>
As novas tarifas foram anunciadas em cartas separadas publicadas no Truth Social, rede social do republicano, destinadas aos líderes das duas regiões.>
"O México tem me ajudado a proteger a fronteira, mas o que o México tem feito não é suficiente. O México ainda não deteve os cartéis que estão tentando transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico", escreveu à presidente do México, Claudia Sheinbaum.>
O governo do México classificou a tarifa como um "tratamento injusto", afirmaram os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores em um comunicado conjunto.>
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As autoridades também disseram que o México já está em negociações para chegar a um acordo sobre uma alternativa às tarifas "que proteja empresas e empregos em ambos os lados da fronteira".>
O México é um dos países mais vulneráveis às tarifas do presidente republicano, já que 80% de suas exportações têm como destino os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial.>
No início desta semana, Trump emitiu novos anúncios de tarifas para vários países, incluindo Japão, Coreia do Sul, Canadá e Brasil, bem como uma tarifa de 50% sobre o cobre.>
"A União Europeia permitirá o acesso completo e aberto ao mercado dos Estados Unidos, sem que nenhuma tarifa seja cobrada de nós, em uma tentativa de reduzir o grande déficit comercial", escreveu Trump na carta divulgada nesta sábado.>
A UE esperava chegar a um acordo comercial abrangente com os EUA para o bloco de 27 países, incluindo tarifas zero por zero sobre produtos industriais, mas meses de negociações difíceis levaram à percepção de que provavelmente terá que se contentar com um acordo provisório e esperar que algo melhor ainda possa ser negociado.>
Para oficiais do bloco econômico, o anúncio deste sábado é uma tática de negociação de Trump.>
O bloco de 27 países está sob pressões conflitantes, já que a Alemanha pediu um acordo rápido para proteger sua indústria, enquanto outros membros da UE, como a França, disseram que os negociadores da UE não deveriam ceder a um acordo unilateral nos termos dos EUA.>
Em resposta ao anúncio de Trump, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a UE está preparada para tomar as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses caso os EUA prossigam com a imposição de uma tarifa de 30% e que o bloco continua pronto "para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto".>
"Poucas economias no mundo igualam o nível de abertura e adesão da União Europeia a práticas comerciais justas. Tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", afirmou von der Leyen.>
Em comunicado, a Itália disse ser crucial manter o foco nas negociações comerciais com os EUA e evitar uma polarização ainda maior e que a primeira-ministra Giorgia Meloni está confiante de que um "acordo justo" pode ser alcançado.>
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, disse que o anúncio do republicano é "preocupante" e não o caminho a seguir.>
"A Comissão Europeia pode contar com o nosso total apoio. Como UE, devemos permanecer unidos e determinados na busca por um resultado com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico", escreveu na rede social X.>
A série de ordens tarifárias de Trump desde seu retorno à Casa Branca começou a gerar dezenas de bilhões de dólares por mês em novas receitas para o governo americano. A receita com taxas alfandegárias dos EUA ultrapassou US$ 100 bilhões no ano fiscal federal até junho, de acordo com dados do Tesouro dos EUA divulgados na sexta-feira (11).>
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