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Três em cada dez salas comerciais na Grande Vitória estão fechadas

Três em cada dez salas comerciais na Grande Vitória estão fechadas

Economia fraca tem provocado esvaziamento de pontos comerciais no Estado diante do baixo interesse em aluguel ou compra. Como alternativa, negócios estão compartilhando espaços para economizar

Publicado em 11 de setembro de 2019 às 11:59

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Salas comerciais para alugar na Reta da Penha, em Vitória. (Ricardo Medeiros - 06/09/2019)

A crise econômica e a dificuldade do país de ter um crescimento sólido levaram a Grande Vitória a ter uma série de lojas e salas comerciais vazias fechadas, aguardando interessados em alugá-las ou comprá-las. Alguns negócios, inclusive, começaram a compartilhar espaços para gastar menos com o aluguel, fenômeno que contribui para esse esvaziamento.

O Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado do Espírito Santo (Sindimóveis-ES) estima que 30% dos pontos na região estejam desocupados. Esse índice, segundo a organização, cresceu principalmente ao longo dos últimos quatro anos, quando a crise se aprofundou no Brasil.

Os bairros que mais sofreram, segundo o sindicato, foram Jardim da Penha, Jardim Camburi e o Centro, em Vitória; Itapoã, Centro e Praia da Costa, em Vila Velha; e São Geraldo e Vera Cruz, em Cariacica.

Em um prédio da Avenida Fernando Ferrari, em Vitória, por exemplo, o centro comercial no térreo está totalmente desocupado.

"Apesar de observarmos uma reação e 2020 ter uma tendência de ser um ano melhor, há de fato tem uma vacância enorme hoje, principalmente nos bairros que não têm maturidade comercial, que foram os que tiveram mais impactos", explica Ary Barbosa Bastos, presidente do Sindimóveis.

Já bairros que têm uma tradição comercial mais forte foram menos impactados, como nas imediações das avenidas Expedito Garcia, em Cariacica; Central, na Serra; Champagnat e Carlos Lindemberg, em Vila Velha; Reta da Penha, Avenida Vitória e a região da Praia do Canto, na Capital.

Coworking

Esse fenômeno do esvaziamento pode ser observado ainda mais nas salas comerciais do que nas lojas propriamente ditas.

Nas salas comerciais, entra um fator que ajudou a intensificar essa queda acentuada nas ocupações: o crescimento do coworking, que é um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que trabalham não necessariamente para a mesma empresa ou na mesma área de atuação, podendo inclusive reunir entre os seus usuários os profissionais liberais, empreendedores e usuários independentes.

"O mercado está mudando e ficando muito dinâmico, principalmente na área de serviços, Tecnologia da Informação, contabilidade e advocacia. Antes você tinha uma única sala que era uma clínica e agora passou a ser compartilhada", comenta Charles Bitencourt, que é diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado (Ademi-ES).

Bitencourt, porém, faz uma ressalva. "Não tenho estimativa sobre o assunto, mas acho particularmente que não seja um número muito alto. A gente ainda tem um número de imóveis desocupados, mas observamos que o mercado começou a reagir", pontua o diretor da Ademi.

Marcelo Salles Barbosa, que é da diretoria da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Espírito Santo, diz que o dinamismo na ocupação e desocupação desses espaços acaba sendo uma dificuldade para se ter dados mais concretos sobre esse esvaziamento.

"O que dificulta essa contabilidade é uma rotatividade muito grande nesses pontos para ocupar e desocupar essas vagas", afirma.

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Os shoppings centers também não ficaram fora da crise, embora não tenham tantos registros de fechamentos de lojas. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) não tem um balanço separado sobre o Espírito Santo, mas no Brasil inteiro, a taxa de vacância gira em torno de 5,7%.

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