Publicado em 14 de março de 2018 às 01:45
Na semana em que é comemorado o dia do consumidor, marcado para quinta-feira (15), uma desconfiança de muitos usuários que fazem compras pela internet - de que os preços de alguns produtos variam a cada busca - foi comprovada.>
Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor Proteste identificou que lojas virtuais aumentam o preço de produtos em até 20% após pesquisas do consumidor.>
De acordo com uma das simulações feitas pela Proteste, um smartphone pesquisado na última quinta-feira, 8, que custava R$ 639 em uma loja virtual, no dia seguinte era encontrado por esse consumidor por R$ 799, no mesmo site.>
Em outra simulação, os técnicos da entidade fizeram buscas pelo mesmo produto em diversos sites e constataram variação de até 46%, de uma loja para a outra. Um secador de cabelos, por exemplo, vendido em determinada página por R$ 149,49 podia ser adquirido na concorrente pela metade do preço, a R$ 79.>
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O preço realmente sobe de um dia para o outro. As lojas que são do mesmo grupo, muitas vezes intercalam os preços mais alto e mais baixo para passar a sensação de desconto e promoção ao consumidor, ressalta Daniel Barros, técnico da Proteste.>
BUSCAS>
Quando o consumidor realiza pesquisas por produtos na internet, essas buscas ficam armazenadas nos cookies mantidos por seu navegador, segundo aponta a própria pesquisa. Com isso, muitas lojas virtuais usam as informações mantidas nesses arquivos para descobrir no que você está interessado e oferecer o produto específico ou algo semelhante, ou ainda ofertando esse mesmo produto por um valor mais alto.>
Esses algoritmos de precificação estabelecem seus processos de acordo com a demanda do cliente, ajustando o preço. Não é uma coincidência que, depois de uma busca na internet, o consumidor comece a receber propagandas daquele produto em redes sociais ou por e-mail, explica André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV).>
ABUSIVO>
Na avaliação da diretora-presidente do Procon Estadual, Denize Izaita Pinto, esse comportamento das empresas pode ser considerado abusivo.>
O próprio Código de Defesa do Consumidor diz que pode ser considerado uma prática abusiva elevar sem justa causa o preço de produtos e serviços. Então, se o consumidor que fica monitorando aquele produto por um tempo com interesse de compra percebe esse aumento, ele pode levar isso à Justiça baseado nesse ponto, afirma.>
Segundo Denize, no Procon Estadual ainda não foram registradas reclamações nesse sentido, mas a entidade percebeu comportamento similar das lojas virtuais no período da Black Friday do ano passado.>
Tivemos a oportunidade de acompanhar isso naquele período, onde observamos variações de preços corriqueiras, com valores aumentando e diminuindo, em especial subindo o preço na véspera da Black Friday e diminuindo depois, muito mais comuns em produtos da linha branca, smartphones e televisores. Tudo para encabular e enganar o consumidor com falsos descontos, ressalta a diretora. (Com informações do Extra).>
CUIDADOS PARA FUGIR DO AUMENTO DE PREÇOS>
USE MAIS DE UM DISPOSITIVO>
Grandes varejistas conseguem identificar o dispositivo utilizado em qualquer navegação, desde a compra até buscas. É possível identificar se o acesso foi feito de celular, tablet ou desktop.>
FIQUE ANÔNIMO>
Os sites sabem a região do consumidor baseados no IP do computador. Assim, podem oferecer preços mais baixos em cidades nas quais a empresa tem centro de distribuição, por exemplo.>
HISTÓRICO DE PREÇOS>
Prefira compradores que mostrem os preços de pelos menos os últimos seis meses.>
DESCONFIE SEMPRE>
Cuidado com ofertas imperdíveis nas redes sociais. Entre no site oficial da rede varejista para confirmar.>
USE SITES QUE MONITORAM PREÇOS>
Esses portais alertam caso valores diminuam. Além de verificar se um produto está acima ou abaixo da média, analisam se um site costuma baixar preços em determinado dia.>
USE COMPARADORES PARA TENTAR DESCONTOS >
Acessar um site por meio de um comparador de preços pode garantir desconto de até 5%.>
PAGAMENTO>
Inúmeras lojas oferecem descontos à vista. E várias empresas têm parcerias com serviços de cobranças que permitem parcelar sem juros.>
PESQUISE CUPONS>
Sites especializados em cupons de desconto (como o Cuponation, Cuponeria e Cupons Mágicos, por exemplo) podem ser uma boa fonte de consulta de preços.>
VERIFIQUE SE ESTÁ EM CONEXÃO SEGURA >
Ao concluir uma compra, verifique se o endereço do site muda de http para https, o que indica mais segurança.>
FAÇA SUAS PROVAS>
Se você percebeu que a loja virtual está aumentando o preço daquele produto que você está namorando e pesquisa sempre, tire print screens para servir de prova caso resolva entrar na Justiça por prática abusiva.>
Fonte: Proteste>
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