Uma longa novela capixaba parece estar chegando ao fim. Com a demora por vezes comparada à reforma do Aeroporto e à ampliação da Avenida Leitão da Silva, a obra no topo do prédio da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) já está deixando a Reta da Penha de nova cara.
O local, onde seria construído um restaurante giratório, vai ser a base para o FindesLab, um centro para conectar as indústrias tradicionais aos desenvolvedores de soluções tecnológicas. A parte externa da obra, segundo informa o presidente da Findes, Léo de Castro, já está concluída. Já a parte interna está prevista para ser entregue em setembro, quando o espaço deverá ser inaugurado.
Segundo consta no site da Findes, nessa etapa da obra foram investidos R$ 3,4 milhões. Para a finalização do FindesLab, foram gastos mais R$ 9,5 milhões, recursos obtidos junto à Confederação Nacional da Indústria (CNI), totalizando R$ 12,9 milhões. Mais de 60 mil homem/hora foram trabalhadas na conclusão das obras, e nenhum acidente foi registrado.
Tem um simbolismo. Nós colocamos a estrutura de inovação em cima da Federação. Isso é para mostrar que é, realmente, a agenda prioritária. A turma gosta de colocar algum barão no último andar. Isso não é a nossa prioridade. A nossa prioridade, hoje, é a inovação. É guiar a indústria para um novo ciclo, comenta Léo.
Muito do que vai ser implantando no FindesLab foi observado em uma visita que representantes da Findes, do governo do Estado, de universidades, investidores e demais interessados fizeram a Israel há cerca de duas semanas.
A cultura de empreendedorismo não é algo que se estabelece de um ano para o outro. Vimos em Israel que foram feitas várias ações até que eles chegaram no nível que estão hoje. Mas também vimos que estamos no caminho certo, pontua Juliana Gavini, diretora de Inovação, Tecnologia e Produtividade do Senai e Sesi.
Estamos ansiosos para colocar mais um habitat de inovação dentro do Estado. O FindesLab tem papel de conexão. Quem quer inovar precisa de um apoio inicial, não sabe bem como começar. E nós vamos ter esse papel. Vamos conectar as demandas e promover a indústria inovadora, completa Juliana.
OPORTUNIDADES
Para Léo de Castro, a presença de grandes empresas no Espírito Santo pode se refletir em grandes oportunidades para a inovação. Muita gente não valoriza alguns até criticam, mas a presença de grandes empresas aqui é um grande ativo. Grandes empresas têm grandes problemas e grandes problemas geram grandes oportunidades e, a partir daí, que saem os grandes projetos, relaciona o presidente da Findes.
Uma vantagem que o FindesLab tem é que ele está assentado sobre uma base de 18 mil indústrias. São vários setores da economia tradicional que convivem dentro da federação e que vão ter a oportunidade de se conectar com essa nova economia de uma forma mais simples. E a indústria responde por 2/3 dos investimentos em inovação no Brasil, conclui Léo.
SAIBA MAIS
Projeto
O projeto inicial da estrutura no topo do prédio da Findes foi anunciado em 2007 pelo então presidente Lucas Izoton. Inicialmente era prevista a construção de um restaurante giratório.
Paralisação
Os altos gastos e a complexidade do projeto fizeram a obra ser paralisada, mesmo com a estrutura metálica já instalada no alto do prédio.
Desistência
Em janeiro de 2016, o sucessor de Izoton na presidência da Findes, Marcos Guerra, anunciou que desistiu de continuar a obra e que parte do dinheiro investido seria devolvido ao Sesi.
Retomada e inauguração
No fim de 2017, a Findes anunciou que o espaço seria utilizado para a instalação de um centro de inovação. Agora, a inauguração do Findes Lab está prevista para setembro.
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