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Pimenta de Santa Leopoldina conquista o paladar francês

Pimenta de Santa Leopoldina conquista o paladar francês

Município já produz e exporta 1,2 toneladas por mês para a França e quer ampliar o número

Publicado em 13 de maio de 2018 às 22:52

A variedade chamada habanero está ganhando espaço entre as plantações de Santa Leopoldina Crédito: Pixabay

Sabor e picância combinados em uma única fruta. O cheiro que sobe da panela quando se acrescenta a pimenta na receita faz muita gente ficar com água na boca. Além disso, ela pode ser usada na bebida para aquecer o frio do inverno.

A variedade chamada habanero está ganhando espaço entre as plantações de Santa Leopoldina, Região Serrana do Estado, e conquistado o paladar dos franceses.

Um conhecido do produtor Clébio Luiz do Nascimento, 47 anos, trouxe as sementes da França e perguntou se ele estava interessado em plantar, já que havia mercado para a produção que fosse colhida. Clébio e outros dois produtores resolveram investir e experimentar o cultivo dessa variedade de pimenta.

“Essa é uma pimenta que requer cuidado durante a plantação para que as pragas não a ataquem. Como já mexo com pimenta há muitos anos, esse conhecido meu achou que eu conseguiria produzir”, lembrou.

O plantio começou a ser feito há oito meses. E já está mostrando bons frutos, literalmente. A plantação tem cerca de 2 mil pimenteiras distribuídas em uma área de quase 4 mil metros quadrados.

A ideia dos produtores da região é exportar a produção de verão e vender para São Paulo a do inverno. “Estamos produzindo uma média de 1,2 toneladas por mês. Mas os franceses queriam que exportássemos 5 toneladas por semana”, disse o produtor Marcos Antonio Cont, 36 anos.

Mais espaço

Compradores da Inglaterra e da Itália também estão de olho nas pimentas produzidas pelo município. O motivo: o sabor mais acentuado e a qualidade do produto que, segundo os produtores, é melhor do que o cultivado na própria França.

Um aspecto importante que os produtores ficam de olho é o uso de agrotóxico. “Antes de ser exportada, nossa produção passa por teste de qualidade em São Paulo. Por isso, usamos pouco veneno. No exterior, o controle com o produto é muito mais rígido”, contou o agricultor Haloaston Tozi Sian, 38.

Segundo a secretária interina de Agricultura de Santa Leopoldina, Diene Maria Bremenkamp, o município é o maior produtor de pimentas vermelhas brasileiras e cerca de 30 famílias vivem do seu cultivo. “Percebemos que quanto maior a produção, maior será a exportação e a abertura de mercado para nosso produto”, comentou.

De acordo com o Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba, só no ano passado, o Estado colheu 91 toneladas de pimentas.

Referência

Duas variedades de pimenta já têm um mercado consagrado fora do país. Para se ter uma ideia da importância delas para Espírito Santo, de janeiro a abril deste anos, a pimenta-do-reino e a pimenta-rosa ou aroeira foram a nona mercadoria mais exportada pelo Estado. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior, as vendas para o exterior geraram US$ 39 milhões.

PIMENTA HABANERO

Grau de ardência 10

Essa variedade é originária do Caribe e da costa Norte do México. Ela é uma das pimentas mais ardidas que se tem conhecimento, possuindo uma picância de grau 10.

Preço de venda

Os produtores de Santa Leopoldina vendem a pimenta a R$ 4 o quilo para serem exportadas.

Exportação

Os produtores de Santa Leopoldina já exportam para a França, mas o mercado inglês já mostrou interesse pela habanero, e o italiano pela variedade murupi, do Pará.

Fonte: Pesquisa A GAZETA

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