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PIB capixaba tem queda de 1,3% no primeiro trimestre

PIB capixaba tem queda de 1,3% no primeiro trimestre

Resultado negativo deve-se principalmente ao mau desempenho da indústria geral (-10,1%) e do comércio varejista (-0,3%)

Publicado em 18 de junho de 2019 às 18:31

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Produção menor de petróleo também afetou o resultado do PIB capixaba. (Gazeta Online)

O Estado começou o ano em recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) capixaba do primeiro trimestre de 2019 recuou 1,3% na comparação com o último trimestre de 2018. O resultado negativo no período se deve principalmente ao mal desempenho da indústria geral (-10,1%) e do comércio varejista (-0,3%). Esse já é o terceiro trimestre consecutivo em que o indicador é negativo, o que configura recessão técnica.

Os números são resultados principalmente do efeito da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, da fusão da Suzano com a Fibria - que fez o preço da celulose cair - e também da queda na extração de petróleo e gás no Estado.

O Espírito Santo apresentou desempenho inferior ao nacional no primeiro trimestre. Enquanto o Brasil teve uma leve queda de -0,2% no início do ano, em comparação ao último trimestre de 2018, o Estado caiu -1,3%. Segundo o presidente do Instituto Jones do Santos Neves (IJSN), Luiz Paulo Vellozo Lucas, isso ocorreu porque o Espírito Santo passou por um conjunto de circunstâncias que limitou seu crescimento.

“O Estado deveria estar em uma recuperação cíclica, mas vem mantendo um ambiente de incertezas”, apontou. O setor que melhor performou no PIB capixaba neste primeiro trimestre, em comparação com o último de 2018, foi o de serviços, com alta de 1,9%. O saldo positivo é resultado principalmente da melhora na atividade de consumo das famílias e do desempenho do segmento de transportes.

Já na comparação entre o primeiro trimestre de 2019 com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 0,1% no PIB Estadual e alta de 0,5% do nacional.

A única base de comparação onde o Estado sai na frente do país é no comparativo entre o acumulado dos quatro últimos trimestres com o mesmo período anterior. Nesse caso, o Espírito Santo cresceu 2,1%, enquanto o país 0,9%.

IMPACTO

A indústria da mineração foi um dos ramos que mais sofreram nos primeiros três meses deste ano. Os impactos da tragédia de Brumadinho, ocorrida em janeiro, foram sentidos pela economia. No início deste ano, a Vale precisou interromper as atividades da mina Alegria, localizada no complexo de Mariana (MG), que envia minério para o Estado, o que reduziu a oferta de produto no mercado.

Além disso, de acordo com o relatório de produção da mineradora, a produção de pelotas de minério caiu em 15% no primeiro trimestre deste ano. Uma paralisação programada para manutenção das usinas 3 e 7 e uma parada de cinco dias das usinas de 1 a 4, após a interdição pela Prefeitura de Vitória, foram as responsáveis por este número.

Pelotas de minério de ferro. (Divulgação)

Outro setor industrial que teve queda foi o de celulose. Segundo o IJSN, a fusão entre a Fibria e a Suzano acabou sendo sentida pelo mercado.

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A empresa está se reestruturando neste primeiro momento, modificando as rotas de exportação. Junto a isso, soma-se a queda do preço da celulose no mercado nacional. Apenas esse segmento da indústria capixaba teve queda de 32,2% na comparação com o trimestre anterior

Luiz Paulo Vellozo Lucas, diretor-presidente do IJSN
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A terceira atividade industrial que contribuiu para a queda do PIB foi o de petróleo e gás. Houve redução da produção dos campos maduros e paralisações em plataformas em mar no início do ano.

"Melhora da economia só em 2020"

De acordo com o presidente do instituto, a geração de riquezas do Estado está estagnada. “A economia capixaba acompanhou rigorosamente o movimento da nacional neste primeiro trimestre. No início deste ano, o Brasil projetava para um crescimento na casa dos 3%. O índice já foi revisto e está em menos de 1%, segundo os especialistas”, argumenta.

A melhora na economia capixaba só deve ser sentida em 2020. Segundo o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Luiz Paulo Vellozo Lucas, a expectativa é de que no segundo semestre do ano a indústria, principal componente do Produto Interno Bruto (PIB), tenha um desempenho melhor do que o apresentado no início deste ano.

Ainda de acordo com o presidente, a venda dos poços terrestre da Petrobras deve fazer a economia capixaba melhorar sua performance. Além disso, gá perspectivas de investimentos em mar pela Petrobras e Shell.

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Antonio Ricardo Freislebem da Rocha, da Coordenação de Estudos Econômicos do IJSN, complementa que o Estado está importando bens de capital em um montante maior do que nos anos anteriores, o que pode indicar uma melhora nos indicadores capixabas. “Porém, existem outras variáveis que não temos controle, o que torna as projeções difíceis”, explica.

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