Publicado em 11 de junho de 2021 às 14:41
A Petrobras anunciou nesta sexta (11) redução de 1,9% no preço da gasolina vendida em suas refinarias. O corte, que ocorre em meio à recuperação da cotação do petróleo, é o primeiro reajuste da gestão Joaquim Silva e Luna, que assumiu o comando da estatal no dia 19 de abril. >
Segundo a companhia, o preço médio do combustível cairá R$ 0,05 por litro a partir deste sábado (12), para R$ 2,53. O repasse ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras –o valor cobrado nas refinarias representa hoje um terço do preço final do produto.>
Não haverá alteração no preço do diesel. Os dois produtos têm o mesmo preço desde o dia 1º de abril, no maior período sem reajustes no governo Jair Bolsonaro, em um sinal de que Silva e Luna deve esperar mais tempo do que seu antecessor para repassar as oscilações do mercado internacional.>
Em nota, a Petrobras disse que "busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais", mas que os preços "seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional".>
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Silva e Luna foi nomeado para a presidência da empresa em meio a uma onda de descontentamento com a escalada dos preços no início do ano. Ao anunciar a demissão do antecessor, Roberto Castello Branco, Bolsonaro reclamou de reajustes "fora da curva".>
Apesar da recuperação das cotações do petróleo nas últimas semanas, chegando a ultrapassar a barreira dos US$ 70 por barril, a gestão Silva e Luna vem sendo beneficiada pela valorização do real frente ao dólar no mesmo período.>
Segundo conta da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), com o corte deste sábado o preço da gasolina da Petrobras se alinhará à paridade internacional, conceito que estima quanto custaria o combustível importado para o país.>
Já no caso do diesel, há uma defasagem de 0,05%, também de acordo com as contas da Abicom. A Petrobras defende, porém, que o cálculo da paridade varia entre as empresas, considerando particularidades comerciais de cada uma.>
Apesar da falta de reajustes, os preços continuaram em alta nas bombas durante os últimos 40 dias. Na semana passada, o litro do diesel foi vendido no país, em média, a R$ 4,490, valor 0,5% superior ao registrado um mês antes. A gasolina comum subiu 1,7% no período, para R$ 5,656 por litro.>
Para especialistas, a alta reflete o fim da isenção de impostos federais sobre o diesel, elevações no preço de referência para cobrança do ICMS e biocombustíveis pressionados pela escalada das cotações internacionais e pela seca.>
No dia 1º de junho, 22 estados e o Distrito Federal aumentaram os preços de referência para cálculo do ICMS no diesel e outros quatro mantiveram o valor. No caso da gasolina, houve elevação em 19 estados e no Distrito Federal.>
Esses preços de referência, sobre os quais incidem as alíquoitas de ICMS, são revistos a cada 15 dias com base em pesquisa de preços nos postos.>
O litro do biodiesel subiu de R$ 4,425 para R$ 5,536 entre o primeiro e o último leilão realizado pelo governo, mesmo com a redução do percentual de mistura obrigatória de 12% para 10% –medida que teve o objetivo de tentar conter a escalada.>
Já o preço do etanol anidro, que é misturado à gasolina, vem sendo pressionado pela seca sobre a lavoura, que atrasou a colheita da safra. Na primeira semana de junho, o valor de venda do produto pelas usinas de São Paulo subiu 0,88% em relação à semana anterior, para R$ 3,43 por litro.>
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