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Paraná vende estatal de telecomunicações por R$ 2,4 bilhões

Paraná vende estatal de telecomunicações por R$ 2,4 bilhões

O fundo de investimentos Bordeaux pagou R$ 2,395 bilhões, ágio de 70,94% em relação ao preço mínimo, de R$ 1,4 bilhão  imposto durante o leilão

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 17:51

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Torres de telefonia
Em agosto, a Bordeaux já havia adquirido em leilão o controle da Sercomtel, companhia de telecomunicações sediada em Londrina. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O fundo de investimentos Bordeaux venceu nesta segunda (9) o leilão de privatização da Copel Telecom, empresa do governo paranaense que controla uma estrutura de fibra óptica. O fundo pagou R$ 2,395 bilhões, ágio de 70,94% em relação ao preço mínimo, de R$ 1,4 bilhão.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), comemorou o valor "muito acima da expectativa" e o fato de ser o primeiro leilão de privatização do estado em 20 anos. "É um dia emblemático", afirmou.

Quatro empresas ou consórcios apresentaram propostas pela Copel Telecom. A Bordeaux e a Algar, que fizeram as maiores ofertas na rodada inicial, foram para a disputa em viva-voz, que elevou o lance vencedor em 8,8%.

A Copel Telecom tem 36 mil quilômetros de cabos de fibra óptica que levam internet de alta velocidade a todos os municípios do Paraná.

Em agosto, a Bordeaux já havia adquirido em leilão o controle da Sercomtel, companhia de telecomunicações sediada em Londrina que atende 168 cidades paranaenses, com o compromisso de investir R$ 130 milhões em um processo de aumento de capital da empresa.

A empresa vencedora do leilão não participou da entrevista à imprensa após o evento. Os empregados da Copel Telecom serão transferidos para a Copel Energia, que continuará prestando serviço de operação e manutenção da infraestrutura vendida nesta segunda.

O governador do Paraná disse que os recursos serão usados para investimentos em geração e transmissão de energia pela Copel, empresa de eletricidade que controla a Copel Telecom. Segundo ele, a estatal energética não será privatizada.

"Os recursos vão ser investidos naquilo que é a expertise da Copel, que é entregar eletricidade, fortalecendo essa empresa que é paranaense e vai continuar sendo do povo paranaense", afirmou. A empresa tem planos de instalar redes inteligentes e melhorar o atendimento em zonas rurais.

Ratinho Junior disse que o leilão foi o "primeiro pontapé" de um programa estadual de privatizações e concessões, que inclui a distribuidora de gás canalizado Compagás, aeroportos e rodovias. Os primeiros leilões serão de pátios do Detran estadual.

"É um grande pacote de modernização do estado, ao qual damos o primeiro pontapé hoje", disse o governador. Segundo ele, o objetivo é levantar recursos para investimento em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança pública.

Com a crise financeira agravada pela pandemia, os governos estaduais vêm acelerando vendas de ativos e concessões. Apenas no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são 18 projetos já em estágio avançado, com previsão de investimentos de R$ 180 bilhões.

A lista inclui desde a venda de empresas de energia e gás canalizado a concessões de serviços como saneamento, operação de presídios e cerca de 8.000 quilômetros de estrada. Ainda há projetos estaduais sem parceria com o banco como a própria Copel Telecom.

Nas últimas semanas, o banco ajudou a conceder serviços de água e esgoto em Alagoas e no Espírito Santo. O governo do Mato Grosso do Sul também realizou um leilão na B3 para conceder os serviços em 68 cidades do estado.

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