Publicado em 8 de setembro de 2019 às 07:56
O jeito de as pessoas procurarem emprego mudou, assim como a forma de as empresas divulgarem as vagas de trabalho. A tecnologia é a grande responsável por essa transformação. Estar conectado pode ajudar patrões a acharem colaboradores e profissionais a conquistarem uma oportunidade.>
LinkedIn, aplicativos e até redes sociais têm se tornado ferramentas importantes na hora de recrutar novos trabalhadores. As ferramentas também reduzem as distâncias na hora de promover o match do emprego. Muitas vagas até estão disponíveis na cidade que a pessoa mora, porém outras oportunidades podem estar em outros Estados e países.>
O jornalista Leonardo Nunes, de 37 anos, é um exemplo de pessoa que passou por uma grande mudança profissional e pessoal por causa de um perfil numa rede de contatos. O encontro perfeito ocorreu no Linkedin, mídia usada tanto por profissionais que estão à procura de uma colocação no mercado quanto por pessoas que querem apresentar seu currículo.>
Na rede, ele soube da vaga de coordenador Regional de Comunicação da Pró-Saúde no Pará, entidade filantrópica de gestão de serviços de saúde e administração hospitalar. O processo de seleção durou dois meses.>
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Eu trabalho com comunicação. É minha obrigação diária acompanhar os noticiários e os debates nas redes sociais. E justamente, em uma destas plataformas, eu vi uma oportunidade profissional que me chamou a atenção por ser em um cargo de gestão. Fiz uma pós-graduação e uma MBA para justamente atuar nesta função, mas sempre soube que era um passo de cada vez. Pensei, chegou o momento, comenta.>
Nunes acredita que essa experiência na carreira e, também pessoal, só foi possível por causa da rede social. Jamais imaginei sair de Vitória e vir para Belém. Nas grandes empresas, vejo que esse é um movimento natural com bons gestores e me esforço para entrar neste time. Aqui tenho experiências únicas, diz.>
Já a auxiliar de saúde bucal da Odonto Scan, Emily Ferreira, de 21 anos, achou a sua vaga por meio de uma busca no Google. Ela ficou desempregada por um mês e há dois começou no novo emprego.>
Procurei oportunidades de trabalho e cadastrei meu currículo nas redes sociais. No entanto, pelo buscador descobri que havia vaga aberta para auxiliar, enviei o currículo e fui chamada. Acredito que por ter também uma formação técnica somou pontos para a minha recolocação, conta a jovem.>
A coordenadora de recursos humanos da Odonto Scan, Mariza Coelho, afirma que os anúncios das oportunidades de emprego são feitos em grupos de empregos do Whastapp e do Facebook. Segundo ela, o retorno é mais rápido do que fazer a divulgação apenas no site da empresa.>
A divulgação nas redes sociais é quase que instantânea. A tecnologia tem sido essencial por conta da eficiência e rapidez na hora de receber os currículos, além de não ter custos. Ao fazer essa divulgação, os interessados fazem o cadastro no site e, por meio de palavras-chaves, conseguimos identificar o profissional ideal para aquela vaga.>
Pela facilidade de alcance, as mídias sociais funcionam como ferramentas importantes na hora do recrutamento de pessoal. Segundo a diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES), Andreia Bolzan, juntamente à divulgação dos cargos, os recrutadores contam com a ajuda de outras tecnologias para filtrar o candidato mais adequado.>
Da maneira tradicional, o RH pode receber de 100 a 150 currículos por dia, se pensar em dez dias que a vaga fica ativa, são 1.500 documentos para serem analisados. É uma total perda de tempo. Com a tecnologia, os cadastros podem passar por filtros que agilizam a avaliação dos requisitos necessário para aquela função. As empresas ganham velocidade e assertividade usando esse tipo de tecnologia, ressalta.>
COMO PROCURAR>
Onde buscar vagas>
LinkedIn>
Diversas empresas anunciam vagas e contratam profissionais de acordo com o perfil do candidato na rede social. Especialistas orientam que os dados devem estar sempre atualizados.>
Facebook>
Empresas apostam na divulgação de vagas por meio de grupos ou em suas páginas oficiais.>
Google>
O Google tem uma ferramenta que pode ajudar quem está procurando emprego ou busca novas chances no mercado de trabalho. O buscador garimpa sites e mostra uma lista de vagas disponíveis. A pesquisa é feita na caixa de busca.>
Aplicativos>
Aplicativos ajudam na busca por vaga como Empregos, Vagas, Indeed, Infojobs, Catho, TAQE, Sine Fácil, Get Ninjas, entre outros.>
Grupos>
Participar de grupo de emprego ou de amigos da faculdade no WhatsApp pode ser um bom caminho para saber onde estão as vagas.>
Internet>
Profissionais podem fazer o cadastro em sites de consultoria ou das próprias empresas. As prefeituras de Vitória (trabalhavix.vitoria.es.gov.br) e da Serra (maisemprego.serra.es.gov.br) contam com sites para a divulgação de vagas.>
PATRÕES DE OLHO ATÉ EM QUEM ESTÁ EMPREGADO>
A analista de comunicação e marketing da Faesa, Adriana Rodrigues Longuinho, de 36 anos, estava de férias quando recebeu um convite para participar de um processo seletivo. Ela sempre manteve seu perfil nas redes atualizados e estava aberta a novas oportunidades, apesar de na época não estar procurando emprego.>
Sempre houve a intenção de buscar uma vaga, pois pesquisava muito sobre chances na minha área, a média salarial, o perfil de possíveis gestores e as experiências das pessoas. Na ocasião, trabalhava em outra instituição. A recrutadora da faculdade achou meu perfil, encaminhou mensagem e eu entrei em contato quando retornei de uma viagem. Ela me apresentou a proposta ressaltando que eu me encaixava no perfil do cargo, que era na área de eventos. Depois disso, participei da entrevista e fui aprovada. Uso o Linkedin para fazer contato, ler artigos e conhecer as novidades do mundo corporativo, conta.>
Adriana está no novo emprego há cinco meses. Para ela, aproveitar o conteúdo disponível numa rede social profissional é essencial para o seu desenvolvimento. Tiro o máximo de proveito da plataforma. Quem está ali não está apenas procurando emprego. Na minha opinião, a ferramenta funciona como uma troca de experiências e meio de conhecimento pessoal, diz.>
A postura de Adriana é a mesma de grande parte dos usuários da internet, de acordo com o diretor sênior do Linkedin para América Latina, Milton Beck. Segundo ele, o objetivo de grande parte dos profissionais cadastrados não é procurar novas oportunidades, mas desenvolver a carreira, fazer networking, ler conteúdo, conhecer empresas, entre outras ações enumeradas por ele.>
Beck informa que no Brasil são 38 milhões de usuários, sendo que apenas 7 milhões estão procurando emprego. Avaliamos que apesar de não estarem desempregados, cerca de 31 milhões desses profissionais estão abertos a conversar sobre novos desafios para suas carreiras, ressalta.>
Diariamente, Beck destaca que a plataforma recebe em torno de 12 mil novos usuários. Já as empresas usam a ferramenta para buscar novos talentos, fazer marketing mais assertivo e vender produtos e serviços.>
Ferramentas>
A busca pelo emprego pode estar na palma da mão. Hoje, com a tecnologia há aplicativos e sites especializados que facilitam a vida do profissional.>
A Prefeitura da Serra, por exemplo, tem o site Serra+Emprego, que entre outras coisas, emite um alerta por e-mail para os trabalhadores cadastrados sobre as vagas compatíveis com seu perfil.>
Pelo computador ou celular, o profissional consegue verificar a oportunidade disponível. Para isso, é necessário fazer um cadastro no site, informando e-mail, escolaridade, locais e funções de interesse. É importante lembrar que o alerta só avisa sobre a existência da vaga.>
Para ser encaminhado ao emprego, o profissional precisa comparecer ao Sine para pegar a carta de encaminhamento. Empresas especializadas na recolocação profissional também apostam na tecnologia e fazem o anúncio de vagas por meio de aplicativo, como é o caso da Currículum, Empregos, Vagas.com e Infojobs.>
COMPANHIAS AVALIAM CONTEÚDO QUE CANDIDATO COLOCA NA INTERNET>
Quem utiliza as redes sociais deve tomar muito cuidado com o conteúdo que posta. A psicóloga Daniela Morais ressalta que é fundamental cuidar da imagem que quer passar para os seguidores.>
Além de divulgar as vagas nessas plataformas, as empresas pesquisam os perfis dos candidatos. Cerca de 90% das contratações são feitas desta maneira. Uma dica é ficar atento à foto do perfil. Polemizar determinados assuntos ou não postar nada conta pontos negativos ao futuro candidato. Lembrando que a ferramenta mais confiável é o Linkedin, pois nessa plataforma o profissional está falando de carreira, ressalta.>
Outras formas de procurar emprego são os sites das consultorias de recrutamento e seleção ou sites das empresas. Daniela ressalta que, ao fazer o cadastro, é necessário ser o mais objetivo possível.>
Seja qual for a plataforma usada, as informações vão funcionar como vitrine do profissional. Além disso, tanto o Whatsapp como o Facebook contam com grupos de vagas de emprego.>
A professora da Unidade de Gestão e Negócios da Faesa, Fernanda Mendes Pires, lembra que o impacto tecnológico influencia os processos de recrutamento e seleção.>
A modernidade influencia a relação de trabalho e também as profissões. Além de divulgações on-line, os processos seletivo são feitos também com testes e entrevistas pelo meio virtual, diz.>
DICAS PARA QUEM PROCURA EMPREGO>
Sites confiáveis>
Há uma gama de sites especializados em emprego. No entanto, para não cair em golpes é importante investigar a idoneidade das plataformas digitais. O profissional deve fazer o cadastro em sites de sua confiança.>
Currículo atualizado>
As informações profissionais devem ser constantemente atualizadas no currículo para aumentar as chances de emprego do candidato.>
Requisitos>
Antes de se candidatar à vaga, é necessário ler com atenção os requisitos exigidos para os cargos.>
Pesquisa>
Não basta fazer o cadastro nos sites especializados. É preciso navegar na internet diariamente, fazer busca de vagas e conferir o e-mail.>
Trabalhe conosco>
Muitas empresas têm um link dentro dos sites chamado Trabalhe Conosco. A ferramenta funciona como banco de currículos.>
Redes sociais>
Construir uma rede de relacionamento profissional na internet pode aumentar as chances de conseguir um emprego. O networking é uma ferramenta essencial na busca por oportunidade. Mas é importante lembrar que é preciso ter cuidado com as informações postadas. As redes sociais podem eliminar candidatos de um processo seletivo.>
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