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Lojas da Digital Tiger seguem fechadas e sem previsão de reabertura

Lojas da Digital Tiger seguem fechadas e sem previsão de reabertura

Além da Eletrocity, rede de eletrônicos e fábrica da Ingá foram adquiridas por grupo paulista que se comprometeu a reerguer as empresas

Publicado em 7 de abril de 2018 às 00:39

Crédito: Internauta

Com atuação voltada em adquirir grandes empresas com dificuldades financeiras e em recuperação judicial, o grupo paulista Colleman comprou, além da Eletrocity, a Digital Tiger e a Água Mineral Gold, antiga Água Ingá. As aquisições foram feitas no ano passado e os valores das transações não foram revelados.

No caso da Digital Tiger, rede de comércio de produtos eletrônicos fundada em Vila Velha em 1995, a empresa chegou a ter 14 lojas pelo Estado no seu auge. O capital social das empresas Vite Comércio Tecnologia S/A e Bullus & Cia LTDA, que compõe o grupo de lojas da rede, chegou a ser avaliado em R$ 9,2 milhões, segundo a Receita Federal.

Em 2014, as duas empresas que formavam a rede entraram em recuperação judicial em função das dívidas, que não tiveram valor divulgado. Três anos depois, ambas as empresas foram adquiridas pela Totalgest Participações S/A, que faz parte do grupo Colleman. A nova controladora assumiu os passivos e se comprometeu a recuperar a empresa.

No entanto, a situação da rede só se complicou. No final do ano passado, restavam apenas seis lojas abertas no Estado. As unidades remanescentes, porém, estão de portas fechadas desde 1º de fevereiro deste ano. Após sucessivos atrasos de salários e promessas, funcionários cruzaram os braços e se recusaram a trabalhar.

Conforme A GAZETA mostrou, cerca de 20 trabalhadores da loja chegaram a ir à Justiça para pedir a rescisão dos contratos pela falta de pagamento de salários atrasados e do 13º de 2017.

A situação chegou ao tal ponto que, no último mês, a empresa recebeu ordem de despejo do ponto da loja de Campo Grande. Segundo advogados, a dívida por não pagar o aluguel da unidade era de aproximadamente R$ 100 mil.

A reportagem não conseguiu contato com a Totalgest. O grupo Colleman foi acionado pela assessoria de imprensa, mas não enviou resposta. Em nota enviada em janeiro, o grupo afirmou que recuperar integralmente a Digital Tiger e a Eletrocity é impossível em menos de 18 meses. A resposta, à época, destacava que foi realizado planejamento estratégico de 2018 para ambas as marcas e que a previsão era de reabertura das lojas ainda no 1º trimestre deste ano.

A GAZETA não conseguiu contato com a empresa Água Mineral Gold. O grupo Colleman também não explicou a situação financeira da empresa.

Casos se assemelham com a briga da Viação Itapemirim

A história é parecida. Grandes empresas capixabas, que se expandiram e fizeram dívidas crescentes, e tiveram que ser vendidas para grupos de fora do Estado, que atuam com restruturação de companhias. Além disso, recuperação judicial e brigas na Justiça. O caso de Eletrocity e Digital Tiger se assemelha, e muito, com o da Viação Itapemirim, que foi de potência nacional ao declínio.

Em seus tempos áureos, a Viação Itapemirim, fundada por Camilo Cola, figurava entre uma das maiores da América Latina. Atualmente, é uma empresa endividada, em recuperação judicial, e não pertence mais à família Cola, que vendeu o controle acionário da companhia no final de 2016.

Diante de um quadro de dívidas trabalhistas e com fornecedores da ordem de R$ 330 milhões e um passivo tributário de R$ 1 bilhão, a empresa entrou, em março de 2016, em recuperação judicial.

A venda da empresa da família Cola para os novos sócios virou uma briga na Justiça. Enquanto os antigos donos os acusam de fraude e pedem a empresa de volta, os atuais controladores se defendem, mostram documentos e alegam que agiram estritamente dentro da lei. (Com informações de Luísa Torre).

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