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Limite de transferência de R$ 1 mil no Pix à noite começa a valer

Limite de transferência de R$ 1 mil no Pix à noite começa a valer

Regra entra em vigor nesta segunda (4). Outra medida é a possibilidade de cadastro de contatos que poderão receber valores acima de R$ 1.000 a qualquer hora do dia

Publicado em 3 de outubro de 2021 às 15:11

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Pix vai permitir pagamento por QR Code
Pix permite pagamento por QR Code. (Banco Central/Divulgação)

SÃO PAULO - O Banco Central criou um pacote de novas regras para garantir mais segurança nas transações por meio do Pix. A principal delas, que é o limite de transferência de valor no período da noite, vale a partir desta segunda (4). As demais vão entrar em vigor no dia 16 de novembro.

O limite estabelecido para transferência é de R$ 1.000, no horário das 20h às 6h. A regra é para as transações entre pessoas físicas, incluindo os MEIs (microempreededores individuais).

Também será possível pedir a ampliação, porém, este tipo de alteração não será automática - também como medida de segurança para inibir, por exemplo, sequestro-relâmpago-- e o banco terá entre 24 e 48 horas para atender o pedido.

Outra medida de segurança é a possibilidade de cadastro de contatos que poderão receber Pix acima de R$ 1.000 a qualquer hora do dia. Neste caso, a alteração também só vale após 24 horas do pedido.

No final de dezembro de 2020, havia 56 milhões de usuários de Pix, segundo o BC, já no final de agosto de 2021, último balanço divulgado, são 106,6 milhões. O aumento se deve à praticidade. O Pix não tem tarifa, é concluído na hora e quem manda o dinheiro só precisa da chave do favorecido, que pode ser um email, o número do celular, o CPF ou uma senha aleatória.

Com isso, atraiu também golpistas. Em janeiro, o pesquisador William Douglas de Almeida, 36 anos, que faz pós-doutorado na USP, teve seus dados utilizados por uma quadrilha que tentou dar um golpe por meio da modalidade. O golpe começou com a clonagem do seu WhatsApp.

"Eu estava vendendo um apartamento e entraram em contato fingindo ser o site onde eu tinha cadastrado o imóvel pedindo uma confirmação de dados. Assim que fiz isso, a quadrilha começou a se passar por mim e pedir dinheiro para os meus contatos", conta.

Na mensagem, os golpistas diziam que não estavam conseguindo fazer um pagamento via Pix de R$ 1.130 e pediam ajuda com a promessa de devolução do dinheiro no dia seguinte. "Por sorte, ninguém depositou."

Por ser instantâneo, o Pix passou a ser uma alternativa para o uso do cartão de débito. Para os comerciantes também é mais atrativo porque não tem taxa", diz Caio Mastrodomênico, analista econômico da Vallus Capital. Ele avalia que, com mais regras de segurança, o Pix será uma ferramenta ainda mais popular entre os usuários de bancos, principalmente aqueles que têm receio de golpe nos caixas.

Dica para ter mais segurança é conferir dados antes da transação Antes de usar o Pix para mandar dinheiro para alguém, é importante seguir algumas precauções, como orienta Ricardo Hiraki, analista financeiro e diretor da Plano, Fintech de Educação Financeira. "Tem que conferir quem é o destinatário e sempre desconfiar de pedidos de dinheiro urgente".

Segundo ele, os golpistas contam histórias que, geralmente, "deixam a gente ansioso e aflito para ajudar".

Outra dica é entrar em contato com o amigo ou parente que "pede" a grana, por telefone, para confirmar se a mensagem é real.

Foi o que fez pedagoga e auxiliar de RH Dalva Helena Rocha, 46. Ela foi vítima de golpe via Pix no mês de junho. Primeiro, recebeu uma mensagem via "WhatsApp da irmã" dizendo que tinha mudado o número do telefone e pedindo dinheiro.

"Eu desconfiei e liguei para a minha irmã em outro número e ela disse que não era ela. Eu voltei na conversa do WhatsApp e, quando disse que sabia que era um golpe, eles começaram a rir."

No entanto, Dalva chegou a fazer três transferências. Uma delas de quase R$ 400. Depois, registrou boletim de ocorrência proteger seus dados.

CONFIRA AS NOVAS REGRAS PARA PAGAMENTOS INSTÂNTANEOS

A partir desta segunda-feira (4), três importantes mudanças começam a valer

  • Limite de transferência: entre 20h e 6h, o limite de transferência via Pix será de R$ 1.000. Entre 20h e 6h, o limite de transferência via Pix será de R$ 1.000. A regra também vale para TED (Transferência Eletrônica Disponível)
  • Ampliação: o cliente poderá pedir a ampliação do limite, porém a aprovação do pedido será entre 24h e 48h após a solicitação
  • Transferência camarada: outra possibilidade é cadastrar contatos que poderão receber Pix acima de R$ 1.000 a qualquer hora. Neste caso, a alteração também só vale após 24 horas da solicitação

OUTRAS MUDANÇAS PARA NOVEMBRO

  •  Bloqueio por cautela: em caso de suspeita, o banco vai poder bloquear o crédito na conta do destinatário do Pix. De dia, este bloqueio será de 30 minutos e, à noite, de uma hora. Quem estiver recebendo o Pix será avisado sobre o bloqueio temporário.
  • Alerta de laranjas: os usuários de Pix terão que passar por etapas extras de confirmação da operação, nas transações envolvendo contas marcadas no DICT, inclusive para fins de eventual recusa a seu processamento, combatendo assim a utilização de contas de aluguel ou "laranjas"

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Fontes: Banco Central e reportagem

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