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ES poderá ter voo de cargas direto para Manaus

ES poderá ter voo de cargas direto para Manaus

Com a inauguração do entreposto capixaba da Zona Franca de Manaus, nova linha é estudada por transportadora aérea

Publicado em 2 de março de 2018 às 19:02

Inauguração da Zona Franca de Manaus em Cariacica Crédito: Beatriz Seixas

O Espírito Santo poderá contar com uma nova linha aérea de cargas com o município de Manaus. A possibilidade da ligação entre a capital capixaba e a capital amazônica foi anunciada na manhã desta sexta-feira (02), durante o evento de inauguração do entreposto da Zona Franca de Manaus (ZFM) em Cariacica.

O secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo, explicou que a transportadora logística aérea Modern está estudando iniciar essa operação. “A empresa já começou a operar no Espírito Santo. Por enquanto, opera em São Paulo, mas como tem base também em Manaus, já está estudando a possibilidade da criação dessa linha direta aérea de Manaus para Vitória com o novo aeroporto.”

De acordo com Azevedo, entre as cargas viáveis de serem transportadas estão os eletroeletrônicos. “Esse é um tipo de material de alto valor agregado, que ocupa um pequeno espaço e tem pequeno peso. Então, é uma potencial opção de transporte aéreo”, observou.

O secretário disse que ainda não há uma definição sobre a regularidade e número de voos entre as capitais, mas que isso deverá ficar mais claro nos próximos meses, quando o entreposto capixaba da ZFM deverá se consolidar.

O entreposto é uma área, de 12 mil metros quadrados construídos, que vai receber produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. O armazém, que fica nas instalações da Terca - empresa de armazenagem que venceu a licitação -, poderá receber mercadorias de diversos segmentos produzidas por mais de 500 indústrias da ZFM. Com o novo negócio, que recebeu um investimento de cerca de R$ 2 milhões, a expectativa é que sejam gerados 130 empregos.

Para o superintendente do Terca, Sidemar de Lima Acosta, o funcionamento do entreposto trará vantagens e ganhos logísticos para o mercado e para a população. “Entre as vantagens estão: fluxo de caixa, porque se as empresas vendem direto do Amazonas, no momento que elas emitem a nota, já geram o débito dos impostos. Já quando transferem para cá, a venda fica próxima do centro consumidor, mas sem impostos.”

O entreposto está a 15 quilômetros do Aeroporto de Vitória e a 24 quilômetros do complexo portuário da Grande Vitória, um dos principais pontos de entrada e saída de produtos do país e que permite o transporte por navegação de cabotagem. Também tem facilidades no escoamento rodoviário, pois a região é cortada pela BR 101 e está próxima à BR 262.

Acosta reforçou que há ganhos ainda relacionados ao tempo e à competitividade. Ele citou que uma mercadoria leva em média de 17 a 20 dias para sair de Manaus e chegar à São Paulo. “Mas a carga já estando aqui (Cariacica), quando a área comercial vender o produto, no outro dia, a carga estará em São Paulo. O que no Estado do Amazonas não dá para fazer.”

Questionado sobre o custo menor para os consumidores, o superintendente da Terca ponderou que isso é algo que será definido por cada empresa, mas que ele acredita que as indústrias serão capazes de serem mais agressivas em suas políticas de vendas.

O representante do Estado do Amazonas Márcio Ávila de Lima complementou que a tendência é que o custo do frete fique menor.  "Haverá ganhos pelo sistema de cabotagem fazendo com que o frete barateie."

Sidemar lembrou que além dos ganhos na competitividade, o Espírito Santo vai ser beneficiado também com aumento de arrecadação na cadeia logística. "A suspensão do ICMS é em relação aos produtos da Zona Franca de Manaus, mas o ICMS do transporte e de toda a geração de negócios fica no Espírito Santo", pontuou após citar que o empreendimento tem capacidade para movimentar entre 100 e 150 caminhões por semana.

O representante da Terca observou que desde o dia 08 de fevereiro as indústrias da ZFM já podem se instalar no entreposto, mas que por enquanto a Terca está em negociações junto aos interessados.

"Temos empresas próximas de assinar contratos, mas por se tratar de acordos de confidencialidade, não podemos divulgar os nomes e quantas são. Entre os produtos que acreditamos ter potencial estão o de refrigeração, especialmente ar-condicionado, eletroeletrônicos e o segmento de duas rodas motorizadas e duas rodas não-motorizadas. A gente espera que nos próximos seis meses no mínimo 10 empresas de grande porte estejam operando aqui", avaliou Sidemar de Lima Acosta. 

DESENVOLVIMENTO

O evento reuniu políticos, autoridades e empresários do Estado. Na ocasião, o governador Paulo Hartung destacou que o empreendimento irá contribuir para o desenvolvimento do Estado. “Este entreposto é importante para gerar empregos e rendas para Cariacica, Viana e região. Tenho certeza que esse tipo de modelagem também auxilia o país na retomada do crescimento e do desenvolvimento.”

O prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, ponderou por sua vez que o negócio será uma alternativa para melhorar a arrecadação e gerar empregos para o município. “Espero que em um tempo muito curto, todo o segmento empresarial brasileiro encontre no Espírito Santo e em Cariacica um porto seguro para desenvolver as atividades.”

Já o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Léo de Castro, reforçou os diferenciais do Estado. “O Espírito Santo está à frente do Brasil na retomada, no crescimento econômico, no equilíbrio fiscal, na segurança jurídica e, agora, nas vantagens logísticas. O setor produtivo trabalha pela convergência, estamos unidos para fortalecer projetos que tragam desenvolvimento para todos. O entreposto é símbolo deste esforço coletivo.”

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